Transportadoras que faliram

Foto: Canal só truck

Vídeo que circula nas redes sociais, demonstra ao longo do tempo, várias transportadoras que faliram!

O que leva as transportadoras à falência?

Há aproximadamente 14 anos atrás, uma publicação na internet chamava a atenção para possíveis falências de transportadoras nos próximos anos.

A profecia se concretizou e infelizmente, muitas transportadoras realmente fecharam as portas, deixando a mercê do mercado, milhares de trabalhadores desempregados.

Verdadeiros ícones que antes faturaram entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão, simplesmente desapareceram ou foram adquiridas por outros operadores logísticos norte-americanos, europeus e asiáticos por exemplo.

Foi o que aconteceu com a Expresso Mercúrio, adquirida na época pela holandesa TNT. Até então vivemos a 3ª etapa do processo de amadurecimento do mercado de prestação de serviços de logística e transportes no Brasil.

A mais longa etapa foi exatamente a 1ª, que transcorreu desde os primórdios do transporte no Brasil nos anos 50, até a metade da década passada, exatamente em 1995, quando essas transportadoras escoradas em investimentos e ativos operacionais, cresceram e ganharam a importância que possuem hoje.

Considerada uma fase de prosperidade e riqueza e em alguns casos, de esbanjamento, muitos dos atuais líderes do setor cresceram dentro dessa realidade e vem repetindo o mesmo modelo de gestão do passado.

A segunda etapa começou em 1995, com o surgimento do conceito de logística integrada nas empresas e que coincidiu com a estabilização da inflação no Brasil e com uma desaceleração do ritmo de crescimento econômico em comparação com as décadas de 70 e 80.

Essas 3 fases criaram uma combinação eruptiva, no tocante à gestão dos custos de transportes, forçando as empresas transportadoras a otimizarem os fretes pagos

 Porém com o aumento dos custos fixo e variáveis e consequentemente a queda da receita, reduzindo drasticamente os lucros, mais a chegada dos grandes Operadores Logísticos Internacionais e o avanço do modal ferroviário e aquaviário através de investimentos realizados pelas concessionárias desses setores, contribuíram e continuam a promover a queda nos valores dos fretes, porém em menor escala.

Esta etapa durou 10 anos, até 2005 e foi o período em que as Transportadoras deveriam ter se estruturado adequadamente, se preparando para os desafios que vivenciamos, onde antes tinham margem de lucratividade ao redor de 20%, deram lugar a margens mínimas de 5% na grande maioria dos casos, inviabilizando um negócio que envolve o emprego de capital intensivo e exposto a diversos riscos operacionais e financeiros.

Essa nova fase que deve durar aproximadamente 10 anos acarretará em um desequilíbrio natural entre oferta e demanda, além de uma melhor distribuição da matriz de transporte brasileira, independente de ações externas, porém a custa da falência de centenas e talvez milhares de empresas de transporte de cargas.

Apesar dos erros do passado, muitas empresas continuarão surgindo e desaparecendo, repetindo o tradicional modelo de gestão, apoiado em ativos.

A mortalidade das empresas de transportes brasileiras terão vários motivos para que isso continue ocorrendo, ou seja, a falta de regulamentação do setor, estradas ruins, forte sazonalidade de final de mês, concorrência predatória, desunião do setor, representatividade dos autônomos na frota total, desequilíbrio entre oferta e demanda, mas principalmente, pela incompetência na gestão das empresas, decorrente da falta de uma visão integrada de pessoas, processos, tecnologia e de erros estratégicos.

Ao final desta terceira etapa, antes prevista para terminar em 2015, mas que ainda na atualidade percebemos a presença desse processo, ou seja, ainda não acabou e restarão os escombros de empresas mal tratadas pelo setor público, pelos seus usuários (Embarcadores), pelos sindicatos e também, pelos seus administradores.

Dará início então a uma nova era, onde as empresas de transporte terão a sua identidade cultural e empresarial melhor consolidadas, estruturas enxutas e alta produtividade operacional, estando perfeitamente adaptadas para os desafios do mercado e com foco na lucratividade.

Contudo temos poucos bons exemplos de gestão que presenciamos atualmente, mas aos poucos o mercado começa a enxergá-los. Nenhum deles estão ainda próximos da perfeição, porém existe tempo de reverter o processo de deterioração de mais empresas.

Conturbando mais um pouco o cenário da logística no Brasil, veio a crise sanitária mundial, mais conhecida como “Pandemia do Corona Vírus”. Muito se percebeu, tudo mudou repentinamente mas, ainda continuamos com as mesmas dificuldades anteriores, acrescentadas pelos problemas ocasionados pela epidemia.

Atualmente, percebemos uma retomada do crescimento em relação ao ano de 2020 e com o aumento do valor do frete, em virtude de várias razões, como aumento do valor do diesel, escassez de mão de obra (caminhoneiro), aumento do frete marítimo, greves, escassez de produtos, gargalos de transporte nos Portos do país, acrescidos dos velhos problemas, como a falta de regulamentação do setor, desunião, concorrência predatória dentre outros já conhecidos.

Ao mesmo tempo a indústria dos pesados está se diversificando e mudando, com a tendência de frotas menos poluentes, como as dos caminhões elétricos, a gás etc. Esse incremento na compra de novos ativos e tecnologias mais modernas, esbarra ainda, na falta de condutores e de mão de obra especializada, que em vários países já se encontram em uma fase inicial de transição de veículos movidos a combustão para outros tipos de tecnologias.

Ao futuro que nos espera, sejamos positivos, pois apesar de todas as dificuldades do passado, pandemia, etc, aprendemos para errarmos menos, tendo a oportunidade de nos prepararmos para crescermos em uma nova direção.

https://www.youtube.com/watch?v=aV_nVqr0-bc
Canal só truck

Redação – Brasil do Trecho