Arqueamento de caminhões pela visão do caminhoneiro

Foto: Reprodução de vídeo

Assista aos depoimentos de caminhoneiros que alertam sobre a necessidade real de arqueamento.

Caminhoneiros e donos de transportadoras pretendem se encontrar com autoridades para explicarem sobre a necessidade de arqueamento de caminhões

Caminhão arqueado trata-se de um veículo que tem a traseira modificada, sendo inseridos sob a suspensão, molas adicionais para regular a altura desejada.

Muitos engenheiros, técnicos e profissionais da área, afirmam que o arqueamento modifica a estrutura de fábrica em relação à suspensão do veículo, podendo causar acidentes e não recomendam a prática.

Especialistas afirmam que os riscos de segurança afetam não só os motoristas dos caminhões, mas também os condutores de outros veículos que trafegam pelas estradas. 

Carros menores podem vir a colidir com o caminhão arqueado e entrarem embaixo da carroceria, explicam. Além disso, diante de uma freada brusca e rápida a elevação traseira projeta a carga para frente, podendo atingir a cabine e colocar a vida do motorista do caminhão em perigo.

Os técnicos no assunto alegam que a mudança da suspensão também pode influenciar na distribuição da carga, em especial, com carregamentos acima do permitido, onde a parte traseira ganha mais peso e fica mais baixa, burlando a fiscalização.

Mas o que dizem os caminhoneiros que trafegam diariamente com cargas pesadas nas estradas, entregando em áreas de difícil acesso e em locais íngremes?

Os motoristas adeptos do arqueamento do caminhão relatam que o veículo fica mais “na mão”, aumentando a estabilidade nas curvas e a dirigibilidade.

Um movimento que está ganhando força através de reuniões com caminhoneiros e com os donos de transportadoras é sobre a ”visão” do caminhoneiro em relação ao arqueamento dentro da legislação atual e as multas que vem sendo aplicadas.

O que eles pretendem é explicar às autoridades sobre a necessidade do arqueamento dos caminhões e o porquê isso é importante. Eles comentam que muitas vezes os terrenos por onde passam, muitas vezes são bem irregulares.

Dependendo da manobra que o motorista pretende fazer, ele não vai conseguir ir para a frente ou para trás e também não vai virar corretamente se não arquear, ou seja, para entregar o material em um pátio de uma loja de material de construção por exemplo, em que geralmente existe uma diferença da altura do piso da rampa de entrada (mais alta) em relação a via, a traseira do caminhão bate ou raspa no chão e por isso a elevação também é necessária.

Eles alegam também que os 3,5 cm permitido por lei de inclinação em relação à metragem da longarina é pouco e que ele perde facilmente a eficiência no carregamento, pelo comprimento e largura do chassi, pois hoje em dia existem veículos com 9, 10 ou 12 metros de comprimento e dependendo da carga que ele for transportar é realmente necessário alterar a suspensão, caso contrário a traseira fica muito baixa e o caminhão não conseguirá se deslocar corretamente.

Há uma necessidade real, quando o caminhoneiro tenta efetuar alguma manobra ou entrar em uma estrada de chão. Nesses casos é necessário alterar a suspensão do veículo e isso já ocorre há mais de vinte anos, alegam.

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E o que dizem os caminhoneiros em relação às fiscalizações que estão sendo efetuadas e multas aplicadas pela PRF – Polícia Rodoviária Federal?

Em depoimentos, muitos concordam que existem excessos de seus próprios companheiros de estrada e que as polícias estão fazendo seu papel de acordo com a lei, pois não podem simplesmente “esconder” o problema.

Eles complementam que a legislação deve ser mais específica, determinando a quantidade de molas que podem ser colocadas e não somente pelos centímetros de inclinação por metro de longarina.

Porém os caminhoneiros explicam que quando se faz a alteração e esta é homologada pelo Inmetro, a vistoria é realizada com o caminhão vazio, porém a partir do momento que carrega o caminhão, essa inclinação se altera e estão multando por esse motivo incorretamente.

A PRF está multando incorretamente, pois não se tem como manter a mesma inclinação que o Inmetro homologou quando da vistoria em que o caminhão estava vazio e em relação ao caminhão carregado.

Os caminhoneiros também estão reclamando das ações de alguns policiais rodoviários que insistem em multá-los, sem ao menos medirem a inclinação, ou checar a documentação homologada pelo Inmetro no CRLV – Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, o que é incorreto e aumenta a insatisfação e a indignação daqueles que já sofrem muitos outros problemas que devem ser enfrentados.

Por esse motivo a legislação deve ser atualizada, com novas regras e desta forma, representantes da categoria e empresários do setor estão se mobilizando novamente para agendarem encontros com autoridades competentes a fim de que alguma medida provisória seja feita nesse momento, até que o Congresso Nacional se mobilize para atualizar a legislação que há décadas permanece sem modificações, mesmo tendo atualmente novas tecnologias que permitem um aumento considerável do tamanho do veículo e da carga que vem sendo transportados.

Redação – Brasil do Trecho