Chevrolet

Porque o fundador da Chevrolet morreu pobre

Porque o fundador da Chevrolet morreu pobre

Conheça a história de uma das personalidades mais incríveis do mundo automobilístico.

Ele morreu pobre e da forma mais trágica possível

Você conhece o fundador de uma das maiores montadoras de veículos do mundo? Conhece sua história?

Veja aqui um resumo da história de Louis Chevrolet que mesmo tendo sido o fundador de uma das maiores montadoras de automóveis do mundo, acabou falido, atuando ao final como mecânico da própria empresa que fundou!

Louis Chevrolet nasceu no dia de natal no ano de 1878, em La Chaux de Fonds , numa cidadezinha da Suíça. Por volta de 1887 sua família mudou-se para a cidade francesa de Beune, onde nasceram seus irmãos Arthur em 1888 e Gaston em 1892.

A história conta que desde cedo Louis era fascinado por todas as coisas mecânicas e ele trabalhou no início como guia de um comerciante de vinho que era cego e nesse trabalho ele criou uma bomba para transportar o produto depois da decantação e essa invenção passou a ser parte do método de produção da região por décadas.

Aos 17 anos ele começou a trabalhar como mecânico em uma oficina que reparava carruagens e bicicletas que na época era uma febre mundial e logo o jovem mecânico produzia e vendia na oficina bicicletas que eram inventadas por ele mesmo, que eram chamadas de Frontenac.

A carreira dele se desenvolveu tão rápido que ele passou a trabalhar para a Darracq que era a fabricante das bicicletas Gladiator e foi ai que ele conheceu pela primeira vez os motores de combustão interna.

O rapaz ficou totalmente louco e rapidamente ele já sabia tudo sobre o assunto. Ele já estava sentindo o gosto de uma competição automobilística na Darracq, se tornando o mecânico de bordo. Com o passar do tempo ele foi adquirindo ainda mais experiência em outras empresas, até que na virada do século ele resolveu emigrar para a América do Norte.

Primeiro ele arrumou um emprego de chauffer em Montreal, a parte francesa do Canadá. Naquela época, em 1900, um chauffer tinha que conhecer tudo sobre o carro que ele iria dirigir, inclusive montar e desmontar.

Seis meses depois ele conseguiu um emprego no Brooklyn, em Nova York, que na época era um bairro com grande colônia francesa e em 1902 Louis viria a conhecer uma pessoa que se tornaria seu amigo por toda a vida, o engenheiro Etienne Planche.

Ele já estava bem instalado em NY até receber a notícia da morte de seu pai, que fez com que Louis levasse toda a sua família para os EUA – Estados Unidos da América.

Após um ano mais tarde ele recebeu uma oferta de trabalho ainda melhor da Fiat ali mesmo em Nova York e foi ai que sua vida começou a mudar da água para o vinho.

Além de bons conhecimentos mecânicos, Louis também era um excelente piloto, batendo um recorde da pista local em um carro da Fiat, superando um famoso piloto americano e elevando pela primeira vez o nome Chevrolet para a fama. Ele foi considerado um piloto de muito sucesso.

Em 1907 Louis Chevrolet apareceu em sua vida Wiliam Durant o fundador da General Motors que naquela época ainda nem existia. A fim de promover uma marca a Buick Motor Company, Wiliam resolveu criar uma equipe de competição e essa equipe participaria de todas as feiras, promovendo uma competição de que qualquer cavalo que fosse capaz de bater seu carro em uma arrancada ganharia um prêmio.

A popularização do automóvel ocorreu graças a esses shows itinerantes que ele promovia. Foi nesse mesmo ano em 1907 que Louis Chevrolet foi apresentado na companhia de seu irmão Arthur Chevrolet na Buick e William queria duas coisas: um motorista particular para ele mesmo e mais um ás para sua equipe recém criada.

Para decidir quem ficaria com o cargo bem remunerado de motorista, os três decidiram escolher na pista e quem vencesse ganharia o cargo tão desejado na época. Louis foi vitorioso porém quem ficou com o cargo foi seu irmão.

Mais tarde os dois foram para na mesma equipe de corrida, com um considerável salário para a época e seguiram competindo pela empresa por todo os EUA e eles estavam dando muito notoriedade para a marca e ao mesmo tempo firmando o nome Chevrolet.

Em 1908 Wiliam fundou a General Motors. A GM comprou a Buick e em seguida a Oldsmobile que na época era um dos fabricantes de maior volume do mundo.

Em 1909 a Cadillac e a Oakland que depois foi renomeada como Pontiac já faziam parte do aglomerado de marcas, bem como um número gigantesco de fornecedores de autopeças. Wiliam já não tinha nem mais tempo para almoço, era incansável e aumentava gradativamente o aglomerado de empresas, comprando mais de 20 empresas em um ritmo frenético e foi isso que levou a falir a General Motors pela primeira vez.

Mais tarde o impensável aconteceu e Wiliam foi demitido da própria empresa. Um consórcio de bancos em NY falou que iria investir na empresa, desde que ele fosse retirado das operações.

Ainda com ações da GM, Wiliam permanecia como conselheiro, porém, sem poder decidir nada mais pela empresa que ele mesmo criou. Pressionado pela família, Louis se aposentou das competições naquele mesmo ano.

Ao mesmo tempo, Wiliam não iria deixar barato sua saída da GM e queria encontrar um nome que fosse sonoro e seu interesse inicialmente pelo Louis Chevrolet era seu sobrenome, pois considerava tão importante ter uma boa marca quanto um bom produto.

O nome Chevrolet soava bem tanto em francês quanto em inglês e era conhecido pelas vitórias nas corridas ganhas por Louis e por seu irmão Arthur e a fase mais feliz de Louis começa agora.

Wiliam começou a financiar em Detroit, uma oficina totalmente equipada e Louis juntou-se ao seu amigo Etienne Planch e passaram o ano de 1911 criando o carro que levaria seu nome.

Louis queria que seu nome fosse fixado a um carro de alta qualidade e seu projeto era um veículo de seis cilindros, grande, potente e veloz, como ele sempre foi ao volante.

Louis não estava nem aí como venderiam esse carro e ao mesmo tempo, Wiliam o deixou sem supervisão alguma e ainda, não via mais esse mercado com bons olhos, pois ele e o achava saturado e não acreditava que o Chevrolet Classic Six era o que ele precisava.

Mesmo assim, em novembro de 1911 foi fundada a Chevrolet Motor Company. O nome Chevrolet representava tanto na época que só com a venda de ações foram levantados mais de 2,5 milhões de dólares para a nova empresa, número extraordinário para aquele período.

Louis não tinha nenhum cargo executivo na empresa, mas ele não estava nem aí, só o que interessava para ele era a quantidade de ações que Wiliam tinha dado para ele.

Durante o ano de 1912 o carro vendeu bem para seu preço, 3 mil unidades e achando que sua missão estaria cumprida, Louis faria uma grande viagem pela França com sua mulher e dois filhos.

Durante esse ano Wiliam continuou comprando empresas e um tempo mais tarde, parou de produzir o carro de Louis, mas acabou transformando uma de suas empresas em Chevrolet.

Dali em diante a marca Chevrolet com o nome de Louis seria um competidor barato para o Ford T. Mas quando Louis voltou de viagem ele não ficou nada feliz com a decisão de Wiliam de descontinuar seu veículo e a tensão entre eles foi aumentando.

Para piorar Wiliam critica a forma de Louis se vestir e de fumar cigarros baratos, pois segundo ele, um executivo da marca deveria usar roupas mais elegantes e fumar charuto.

Não demorou muito para Louis perder a paciência e em um ataque de fúria na sala de Wiliam ele falou “eu vendi meu nome e meu carro para você, mas não vou me vender, eu vou fumar o que eu quiser, quando quiser e onde quiser, estou fora” disse.

E ao bater a porta, Louis Chevrolet deixa a empresa definitivamente para nunca mais voltar. Totalmente amargurado ele vendeu todas as suas ações para Wiliam, bem ao seu estilo, mas que gerações de sua família iriam lamentar profundamente.

Sendo assim, a Chevrolet de Wiliam foi um imenso sucesso e ele foi aos poucos comprando as ações da GM, até que em um dia famoso de 1916 ele entra na sala de reunião e diz aos conselheiros “ok senhores, agora eu controlo essa companhia”.

Em seguida, Wiliam incorporou a Chevrolet à GM e permaneceu presidente até 1920, quando as famílias Dupont e Mclaughlin retomam o controle e Pierre Dupont coloca Alfred Sloan no comando e ele tornou em poucos anos a GM como a maior empresa do mundo.

Chevrolet, sua marca mais famosa passava a valer uma fortuna incalculável, mas nenhuma migalha dessa fortuna chegaria a mais ninguém com o nome Chevrolet.

Desta forma Louis Chevrolet retorna as corridas e usa a marca Frontenac, o mesmo nome de suas bicicletas na adolescência e para financiar o projeto ele passou a contar com um velho amigo, Albert Champion, que fornecia peças para a GM depois que ela foi fundada por Wiliam.

Louis começava um novo projeto de construção de carros chamado de Frontenac, de olho na temporada de corridas de 1915. Nos fins de semana de volta a sua casa em Flint os irmãos Chevrolet frequentavam a casa de Albert como sempre faziam.

Porém Albert faria uma sugestão indecente para a esposa de Louis para ser sua amante e ela rejeitou a proposta indecorosa e ainda contou tudo para Louis que furioso e com sangue nos olhos, foi direto para o escritório de Albert. Apesar de grandão 1,85m e 110kg ele era um cara tranquilo, mas ninguém queria vê-lo furioso.

Louis entrou no escritório de Albert e uma discussão em francês começou a ser ouvida em todo o local e não ficou só nas palavras, ele partiu para violência e quebrou a cara de Albert, saindo de lá hospitalizado e quase morto. Louis ainda terminaria ali falando que ele nunca mais aparecesse na frente de sua família ou ele terminaria o que começou ali.

Louis resolveu deixar então a cidade de Flint e buscar viver em outro lugar e acabar os veículos Frontenacs em outro lugar e foram para Indianápolis, que estava se firmando como a capital do automobilismo americano.

A situação financeira da família estava precária e os irmãos Louis, Arthur e Gaston faziam bicos como mecânicos, pilotos e engenheiros, tudo para financiar a marca de seu carro de corrida.

Os três primeiros carros só ficaram prontos para a temporada de 1916 e eles conseguiram se classificar para a corrida Indy 500 de 1916, mas apesar de dirigirem feitos loucos eles não conseguiram vencer.

Isso fez com que Louis e seu amigo Planche desenhassem um novo motor que seria um sucesso no ano seguinte, porém chega a primeira guerra mundial e os EUA e isso fez com que todas as competições fossem interrompidas até o fim da guerra.

Em meados de 1920 um cara chamado Wiliam Small contratou os irmãos para construírem quatro carros de corrida, financiados por ele e no contrato dizia que eles poderiam construir outros carros iguais para eles, desde que eles arcassem com os custos.

Então foram construídos oito carros no total e os oito carros foram qualificados para participar da prova Indianápolis 500 daquele mesmo ano. O irmão Gaston, justamente o que nada tinha treinado para a corrida foi o que venceu e essa foi a primeira vitória de um carro americano desde 1912.

Os irmãos voltaram a categoria de heróis nacionais com o irmão Gaston em primeiro plano. Logo após o irmão Arthur Chevrolet capotou seu carro em uma competição. Seu carro deslizou por quase meio quilômetro deixando ele gravemente ferido. Ele acabou sobrevivendo, mas ficou severamente machucado.

Em novembro do mesmo ano, o irmão mais novo Gaston Chevrolet, que era a alegria da família, vencedor da corrida de Indianápolis 500, sofreu um grave acidente em Beverly Hills na Califórnia, em uma pista de madeira e que infelizmente tirou a vida do jovem piloto aos 28 anos de idade.

Depois de tudo isso Louis Chevrolet estava extremamente triste e apesar disso continuava fazendo o que sabia, ou seja, carros de corrida. Ele se aventurou em uma nova empreitada juntando a Frontenac com a empresa Stutz e passou a trabalhar um modelo de carro com o nome Frontenac-Stutz.

Por falta de cuidado e por acabar com todo o dinheiro da empresa, simplesmente a união das empresas acabou sem produzir um único carro.

Nos anos de 1930 a situação financeira de Louis não era nada boa, a Frontenac já não existia mais e os empregos estavam escassos devido a grande depressão. Em 1933, com idade mais avançada, Louis arrumou um emprego e m Detroit em uma fábrica da GM, como mecânico, apesar do letreiro da fábrica ter seu nome “Chevrolet”.

Louis perde seu filho mais velho e a casa de sua irmã, onde ele guardava todos os seus desenhos, projetos, troféus etc, pegou fogo e queimou tudo. Pouco tempo depois Louis teve um derrame que o deixaria com sequelas até o fim de sua vida.

Sua fiel esposa Suzanne moda com ele para a Flórida até que em 1941, o casal volta para Detroit para ele receber tratamento de problemas circulatórios na perna e sua perna tem que ser amputada.

Durante a operação Louis Chevrolet não resiste e vem a falecer e é enterrado ao lado de seu irmão Gaston. A vida não foi nada boa para seu irmão Arthur em que nos anos 30 para ele, pois ele ia de um trabalho para outro como mecânico de competição até que em 1942 ele se mudou para Louisiana onde passou a manter um modesto negócio de barcos a motor, vivendo uma vida isolada sem fazer amigos e falar muito.

Seus vizinhos nunca fizeram ideia de quem ele era, um estranho e recluso sujeito que morava próximo deles, na verdade ele sofria uma grave depressão e em 1946 faltando apenas nove dias para seu aniversário que iria completar 62 anos, ele joga uma corda por cima da estrutura de travessas de madeira da oficina, sobe em cima usando uma cadeira, amarra a corda no pescoço e comete suicídio. O corpo de Arthur foi encontrado apenas uma semana depois.

Esse foi o fim de uma sofrida família, que deu seu nome para uma das maiores e mais conhecidas marcas de carros do mundo e que na verdade, pouco ganharam em troca da construção desse grande império.

Redação – Brasil do Trecho

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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