As dificuldades e os problemas enfrentados pelos caminhoneiros de Angola são semelhantes às enfrentadas pelos caminhoneiros brasileiros.
Curioso vídeo mostra o dia a dia da vida de um caminhoneiro angolano
A profissão de caminhoneiros é cheia de encantos, em que existe a possibilidade de poder fazer seu próprio horário e conhecer lugares fantásticos e culturas diferentes também.
Porém, essa profissão também é cheia de dificuldades e perigos, como assaltos, infraestrutura ruim, pontos de paradas inadequados, banheiros sujos, comida nem sempre saudável, altos custos de manutenção, dentre outras.
O vídeo mostra como é a vida de um caminhoneiro de Angola, que por lá chamam de “camionista”, quais as semelhanças com a profissão em nosso país e quanto ganha um caminhoneiro por lá!
Tomás Capemba, motorista de caminhão, mostrará como são os riscos dessa profissão, alegando que durante o dia, enquanto a polícia está nas estradas é mais tranquilo, porém à noite a probabilidade de ser assaltado é ainda maior.
O medo dos assaltos é um dos motivos que levam os caminhoneiros a trafegarem em grupo por lá, que por muitas vezes passam um ou dois meses com o caminhão carregado.
Após trafegar por duzentos quilômetros, ele faz a primeira parada, porém afirma que ainda tem muita estrada e até chegar ao seu destino percorrerá no total 1.200 km. Um pouco mais à frente ele decide parar para demonstrar a péssima infraestrutura das estradas, contendo muitos buracos na pista.
O governo reformou mais de 11.000 km de estradas e atualmente estão em obras mais de 7.000 km o que demonstra ser um bom começo, porém longe ainda de ser o ideal, pois os acidentes são frequentes.
Tomás afirma que estar em sua cabine é tudo o que ele sempre quis na vida e sonhou. Com orgulho ele comenta que é para ele o melhor trabalho do mundo, tendo o prazer de levar produtos por todo o país.
A missão dele é levar 45 toneladas de refrigerantes de Luanda até Luena. A maioria dos caminhões que saem do Porto vão para províncias afastadas do mar, mas no caso do Tomás a carga será levada para o extremo leste do país, percorrendo 1.200 km.
Após efetuar o carregamento, deixando tudo organizado para a viagem do dia seguinte, ele aproveita para fazer uma parada e almoçar com sua família. Tomás e sua esposa Suzana Miala tem onze filhos.
Sua esposa afirma que é muito difícil vê-lo partir, pois pensa sempre nos assaltos e nos acidentes que passam na televisão todos os dias e fica com o coração apertado. Ele por outro lado, diz que está acostumado com as viagens e com as distâncias que terá que percorrer.
A matéria mostra logo nas primeiras horas da manhã, um grave acidente em que um caminhão tombou na estrada, derramando toda a carga de cimento que foi praticamente dado como perdida, acidente este provocado por bandidos que pretendiam parar o caminhão para assaltá-lo!
O vídeo prossegue demonstrando o dia a dia de Tomás, um caminhoneiro angolano e o assunto na direção ainda era o acidente ocorrido mais cedo.
Ao chegar em Xá – Muteba, na província de Lunda Norte já a noite, Tomás e mais outros dois caminhoneiros, dormiram em uma parada na estrada. Ele aproveita para verificar os pneus, o nível de óleo e demais itens. O local é pouco iluminado e a preocupação com assaltos é frequente.
Na parada Tomás reencontra seu antigo ajudante, José Calombe, que hoje também é caminhoneiro. José exalta as orientações recebidas por Tomás e os cuidados que ele deveria ter quando atuar na profissão de caminhoneiro, hoje uma realidade.
A cidade de Luena agora está cada vez mais próxima e tudo ia bem até que outro caminhão bate na traseira do caminhão de Tomás, que reduziu para poder passar sobre a ponte, mas o motorista que vinha atrás não percebeu e não conseguiu parar a tempo.
O acidente alguns motoristas que em solidariedade ao caminhoneiro que não conseguiu parar, tentam tirar seu caminhão da estrada para pará-lo em um local melhor.
Por sorte desta vez ninguém se feriu. Tomás seguiu viagem preocupado, após ter sofrido um pequeno acidente em que ninguém se feriu.
Ao chegar a província de Lunda Azul, local pouco iluminado, não existem hotéis, nem restaurantes, nem tão pouco pousadas para descanso. No entanto Tomás precisa se alimentar, após 14h seguidas de viagem.
Ele considera esta uma situação normal que enfrenta diariamente nas estradas, porém demonstra a falta de infraestrutura local e as dificuldades que os caminhoneiros enfrentam por lá.
Tomás prepara então sua refeição, massa de macarrão com salsichas etc. Ao amanhecer ele segue para seu destino final e consegue entregar a carga de refrigerantes, retornando para seu lar, onde sua esposa o aguardava com saudades.
O salário médio mensal de um caminhoneiro angolano, gira em torno de USD 354 ou equivalente a R$ 1.883,28, podendo ser maior dependendo da carga, do trajeto etc, um pouco maior que o salário médio do caminhoneiro brasileiro, em torno de R$ 1.785,00 em que a formação normal solicitada por aqui é o Ensino Médio ou 2º Grau.
O que acontece com os caminhoneiros em Angola, não é muito diferente da rotina dos caminhoneiros brasileiros, que enfrentam infraestrutura ruim das estradas e pontos de paradas inadequados ou inexistentes, muitos acidentes, assaltos, roubos de cargas etc.
Redação – Brasil do Trecho / Com informações de Gaspar Jindanji