A caminhoneira que realizou o sonho de infância que era cruzar o tapetão. Hoje roda o Brasil a fora com seu caminhão, principalmente entre o Mato Grosso, Paraná e a região Nordeste.
Corajosas e talentosas elas estão desbravando as estradas e estão gostando
O cenário de emancipação das caminhoneiras nesse mundo antes considerado predominantemente masculino, ainda está em desenvolvimento, mas começa a mudar com a adesão de cada vez mais mulheres.
Elas têm o mesmo sonho de muitos trabalhadores do ramo e que estão começando, que é aprender, dominar a rotina, adquirir experiência e atingir o auge da profissão com muito sucesso.
Paralelo a isso, a fim de garantirem uma renda extra, cada vez mais caminhoneiras(os) estão tendo a oportunidade de divulgar suas atividades para milhões de internautas.
Sim, elas estão se tornando youtubers e ao mesmo tempo, aprendendo a criar conteúdos interessantes, educativos e com muita alegria e em cada um deles, tem uma pitada de humor e glamour.
As redes sociais permitem que muitas caminhoneiras e caminhoneiros, possam divulgar suas rotinas, seu dia a dia na estrada, os lugares por onde passam, as paisagens, as dificuldades, as vitórias, as conquistas e muito mais!
Agora é a vez da Viviane Silveira, uma mulher guerreira, mãe e muito fã de Sula Miranda, onde disse que estava muito feliz por participar desse bate papo com ela em seu podcast.
Ela começa dizendo que sonhou ser motorista e desde seus dez anos de idade já ouvia música boa, sertaneja e entre elas as músicas de Sula Miranda.
Vivi diz que teve muita ajuda e que uma pessoa que ela estima muito e que era sua amiga na época a ensinou dirigir, pois ela não sabia nem passar as marchas.
Ela diz que em sua infância tinha uma atividade de catar cana. A máquina pegava os montes de cana e jogava na carreta, porém muitas caiam e sua função era juntar a cana que caia para formar novos montes para a máquina coletá-las.
Em um determinado dia, passou um cavalo mecânico (caminhão) puxando umas cinco carretas de cana. Foi nesse momento que sua amiga falou: Viviane quando a gente crescer seremos caminhoneiras e ela por um instante “viajou” em pensamentos. Sua amiga profetizou e ela confirmou, “vamos ser sim!”
Vindo de uma família muito humilde ela saiu de casa bem jovem, teve filhos muito cedo (quatro, 28, 23, 20 e 16 anos) lutou muito, superou muitas coisas, mas realizou outras tantas também.
Um sonho de uma vida inteira e hoje ela se sente recompensada por estar aqui, sendo entrevista por Sula Miranda. Ela deixou tudo de ruim para trás e foi em frente, conquistou, diz!
Teve muita coragem e sempre afirma que quando ela está na estrada, diz que esquece seus problemas, se desliga, pois esta fazendo o que ela mais gosta, buscando seu sustento, demonstrando que ela sabe fazer aquilo que ela sempre lutou em querer ser.
Ela disse que quem mais sofreu com isso foi sua avó e quando contou que estava indo falar com a Sula Miranda, sua vó a abençoou e disse, “quem diria né minha filha, quem diria”. Mas mesmo assim ela sempre pede para mudar de profissão, fazer outra coisa, mas Vivi diz que “esse é meu trabalho é isso que eu gosto de fazer”!
Considera como sendo a primeira que aprendeu a dirigir de sua família. Dirigiu carro, caminhonete, caminhão, carreta, foi operadora de máquina agrícola (trator) etc.
Ela diz que é do agronegócio, foi esposa de agricultor e hoje esta nesse meio transportando.
Fez um curso preparatório para motorista de caminhão, teve conhecimentos básicos de mecânica e se formou. Logo foi em busca de serviço e mesmo sem ainda ter chegado sua carteira ela já começou a chamar a atenção e os serviços foram aparecendo.
Vivi foi para uma empresa em Rondonópolis mas lá só seria aceita se alguém a treinasse. O que ela fez? Foi para a empresa e recebeu ajuda. De três pessoas, uma delas foi indicada para treiná-la.
Porém, naquele mesmo dia sua carteira chegou e ela largou tudo para pegá-la. Em seguida, retornou para Rondonópolis, foi treinada e ao fazer o teste veio a surpresa, ficou muito nervosa e não conseguiu passar!
Então o responsável disse que daria outra oportunidade para ela e arrumou outra pessoa para continuar treinando-a. Então ela aceitou e foi fazer uma viagem com ele de uns 200 km apenas, mas antes de subir a serra, Vivi pediu para pegar o caminhão e seu instrutor deixou.
Após cobrir todo o percurso, ele perguntou por que ela não passou no teste e ela disse que não sabia ao certo, “acho que foi o nervoso”, disse!
Ao chegarem, seu novo instrutor disse que ela estaria pronta e ao retornar a empresa comentou com o responsável e então ele disse que ela teria que fazer outro teste, para confirmar se realmente estaria apta ou não.
Ao chegar o dia do teste, Vivi conta que chorou muito e tremia também e as pessoas responsáveis perceberam que ela não tinha condição de fazer o teste, então um deles se aproximou e perguntou se ela queria ir junto com eles, dentro do caminhão em um pequeno trajeto e ela topou.
Após percorrer alguns quilômetros, um deles que tinha rodado com ela treinando-a, chegou para ela e perguntou se ela não queria levar o caminhão e ela novamente aceitou.
Mais adiante, o outro pediu para ela pegar o viaduto retornando e assim ela fez direitinho e eles pediram para ela parar, pois eles teriam que fazer um carregamento e ela assim parou perfeitamente.
Ao sair do caminhão, Vivi perguntou para seu instrutor quando seria então o agendamento de seu teste? Ele veio a abraçou e disse…
“bobinha, seu teste acabou de ser feito e você passou parabéns”!
Ela nem acreditou e disse e ficou muito grata por isso. Atualmente, ela afirma que faria qualquer teste na boa, mas que na época tinha ficado muito nervosa mesmo.
Hoje Vivi agradece ao seu instrutor “Flavio” dizendo que ele foi mais um anjo, uma benção de pessoa em sua vida!
Ela diz que é muito difícil começar na função, pois muitas empresas pedem experiência, mas como ter experiência se a pessoa nunca atuou antes como caminhoneira(o)?
Atualmente, existem empresas que dão preferência para as mulheres e que propõe treinamentos para elas. Hoje em dia, ela afirma que isso cresceu muito e que não é mais uma profissão considerada só para homens.
Ela diz que seus filhos dão o devido valor para o que ela conquistou e comenta que apesar disso, chega um momento da vida que deve deixar eles entenderem que precisam se esforçar, precisam estudar e crescer, pois as coisas não são fáceis|!
Saber ler e escrever é fundamental. E assim, com esse exemplo sua filha disse que retornaria para a escola e que estudaria muito! Olha ai o efeito!
Com sua espontaneidade e alegria, Vivi foi fazendo cada vez mais vídeos e conquistando mais e mais seguidores e atualmente ela é uma youtuber famosa, que recebe até para fazer comerciais para empresas interessadas!
Como exemplo, ela diz que tem que amar a profissão e que apesar de ter renunciado ficar perto de sua família, sua filha principalmente, pois queria vê-la crescer e não conseguia, tudo valeu a pena, comenta!
Caminhos desconhecidos
Ir para lugares que ela nunca tinha ido ou conhecia, foi para ela a parte mais difícil de ser caminhoneira.
Ela comenta sobre uma situação em que ela passou por uma localidade em que teve que parar, pois estava perdida, mas a polícia chegou e chamou sua atenção. Falaram muito, pois não podia circular com veículos pesados por ali e a escoltaram para fora daquele local.
Ela disse que aquilo doeu bastante e que os policiais não precisavam ter feito daquela forma. Na hora ela não falou nada, mas depois fez um vídeo e contou tudo o que aconteceu e viralizou!
Acabou chegando ao ouvidos do Coronel responsável que depois marcou um encontro com o seu patrão e ainda pediu desculpas para ela pelo ocorrido, dizendo que os policiais não deveriam ter agido daquela forma!
Enfrentou problemas para pernoitar e tomar banho
Vivi comenta também sobre o assunto da pernoite, pois ela passou por um problema no dia anterior ao da entrevista e não conseguiu um local adequado para dormir. O posto em que ela parou só deixaria se fosse cliente ou se abastecesse.
Ela fez um vídeo a respeito e postou o mesmo nas redes sociais.
Comentou que as viagens tem que ser totalmente planejadas, pois quando se trafega com nove eixos, tem que saber quando irá parar, aonde irá parar, se o local escolhido tem a possibilidade de estacionar a carreta, se é um local seguro, ou seja, o País teria que ter uma estrutura mais adequada para exercer suas atividades, mas na verdade não tem!
O dono de outro estabelecimento que estava quase fechando, acabou deixando ela parar na frente e foi sua sorte. Vivi marcou ele para agradecê-lo também pelas redes sociais.
Passou por problemas até para conseguir tomar banho
Muitas vezes ela teve que confiar em uma pessoa estranha para segurar a porta para ela conseguir tomar banho. Outra vez ela teve que retirar a rosca da caixa do vaso sanitário para conseguir se banhar, pois o estabelecimento já tinha fechado e ela não conseguiria dormir sem tomar banho e assim foi.
Falta essa estrutura para a caminhoneira(o), finaliza! Fica a dica para os presidenciáveis! As próximas eleições estão chegando!
Relatamos aqui, um pouco da história de vida da Viviane Silveira. Falar dela é muito gostoso, porque ela é família, ela é verdadeira, engraçada, espontânea, alegre, mas também é mãe, avó, guerreira, batalhadora, determinada, vitoriosa ela é Brasil!
Vivi é uma incrível caminhoneira! Ela é um verdadeiro exemplo para muitas mulheres, inclusive para aquelas que querem iniciar na profissão!
Redação – Brasil do Trecho / Informação Pod Cast Sula Miranda
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