Volvo ganhou a graça na américa e teve um motivo
Assar Gabrielson nasceu dia 13 de agosto de 1891 na Suécia, ele se graduou em economia e após a graduação, Assar começou a trabalhar na corporação de rolamentos SKF. Na empresa, atuava no departamento de vendas e posteriormente tornou-se gerente do setor.
Em 1924 reencontrou seu velho amigo Gustaf Larson, um brilhante engenheiro mecânico Sueco. Larson trabalhou na SKF até 1919 e agora estava na AB GALCO, empresa especialista na aprendizagem de aço. Ao falar para Gustaf sobre as suas intenções de criar um automóvel, se deu conta que só teve essa ideia ao perceber que as concorrentes da SKF estavam investindo em fabricantes de automóveis. Assar até tentou convencer a diretoria da SKF e investir no setor, mas não teve êxito e o único diretor que apoiou o projeto foi o Bjorn Prytz, que deixou Assar fazer o projeto desde que não atrapalhasse seu desempenho na empresa.
Gustaf Larson topou o desafio do amigo e ficou com o desenvolvimento do automóvel enquanto que Gabrielson cuidava da parte financeira. Larson e Gabrielson queriam fazer um automóvel robusto e resistente para rodar na Suécia, cujas estradas eram péssimas e o clima gélido era comum na região. Após muito trabalho, em 25 de julho de 1926 os amigos e sócios apresentaram seu primeiro automóvel, o OV4, um carro aberto de quatro cilindros que desenvolvia 28 cavalos. Após o veículo ficar pronto a SKF decide investir no projeto e profissionalizar a empresa!
Prytz sugeriu como o nome da nova marca uma linha de rolamentos que haviam criado anos antes, mas que foi comercializada por pouco tempo chamada Volvo, que significa “eu rodo” em latim. Dessa forma a SKF coloca Gabrielson como presidente da nova firma e Larson como vice-presidente e assim em 14 de abril de 1927 nasce oficialmente a Volvo. Dando continuidade, a SKF investiu também na diversificação da linha e já no ano seguinte lançaram o primeiro caminhão o Série 1, que tinha o mesmo motor do automóvel e podia levar até uma tonelada e meia de carga. Esse veículo fez muito sucesso vendendo mais de 500 unidades no primeiro ano de produção!
Já no outro lado do oceano Atlântico nesse mesmo ano a fabricante de caminhões e ônibus norte-americana White estava lançando modelo 59, que tinha motor de 6 cilindros e 3 toneladas de capacidade de carga. A empresa teve suas origens no final da década de 50, precisamente no ano de 1858, quando Thomas White fundou a Whiteman Company. Nascido no dia 26 de abril de 1836, Thomas inventou sua máquina de costura e a batizou como New England Sewing Machine.
A empresa de White cresceu rápido por conta da qualidade de suas máquinas de costura e logo se mudou para Cleveland no estado de Ohio e com ajuda do sócio William Grount, fundou a White Sewing Machine Company, onde Thomas se tornou Presidente. A nova empresa cresceu tanto que tornou a cidade de Cleveland um importante polo de fabricação de máquinas de costura. Porém Thomas não queria depender só das máquinas e decidiu diversificar sua área de atuação! A princípio ele decidiu fabricar bicicletas e sendo um industrial de sucesso decidiu comprar um automóvel e adquiriu um Locomobile, um carro com motor a vapor, mas sua caldeira não era confiável e Thomas juntamente com seus filhos decidiram melhorar a mecânica.
Um de seus filhos, Rollin Henry White, usou um canto da fábrica para construir um automóvel e no ano de 1900 surge o primeiro carro da White. Porém para comercializar melhor seus automóveis a vapor cria uma companhia separada e nasce a White Motor Company. Os seus automóveis a vapor começaram a fazer sucesso e conseguiu até conquistar a Presidência dos Estados Unidos, quando o presidente William Howard Taft adotou um White modelo M como seu veículo oficial.
Porém os automóveis com motor a combustão interna estavam ganhando forças nos Estados Unidos e na Europa e assim a empresa logo abandonaria os motores a vapor sendo que o último foi construído em 1911. O primeiro caminhão da empresa foi o modelo GTA de 1910 que tinha motor de 30 cavalos e transmissão por corrente, ele poderia transportar até 3 toneladas de carga. Em 1912 lançou o modelo TC que transportava 5 toneladas. Quando aconteceu a Primeira Guerra Mundial a empresa passou a converter modelos civis em militares e outros foram desenvolvidos durante a guerra.
Os caminhões da White fizeram tanto sucesso nos campos de batalha que teve 18 mil unidades feitas durante o confronto e após a guerra acabar a White decide parar de fabricar automóveis para focar somente na fabricação de caminhões. No início da década de 20 a empresa já era uma das maiores fabricantes de caminhões do mundo, cujas vendas nos Estados Unidos representavam 10% das vendas totais. Na mesma época decidiu entrar no ramo de ônibus com o modelo 50 de 1921 depois criaram um modelo Six Bus que era um ônibus com motor de 6 cilindros e 100 cavalos. Com a crise em 1929 e a depressão dos anos 30 a empresa entrou numa crise econômica e Rolling White sai da empresa para fundar a Cleveland Tractor Company.
Uma das ações da empresa para se fortalecer durante a crise foi adquirir a Corporação indiana Truck Corporation em 1932. A White chegou a fazer parte do grupo Studebaker, mas foi por pouco tempo e em 1934 já estava ganhando suas forças novamente. Enquanto isso na Suécia a Volvo estava sobrevivendo e aos poucos seus veículos estavam sendo exportados para Europa! Em 1934 fazem seu primeiro ônibus o B1 e na mesma época entraram no ramo de motores para aviação surgindo a Volvo Aero e em 1935 adquiriram a fabricante de motores náuticos que inclusive era fornecedora dos motores de carros e caminhões que a Volvo fabricava até então.
No mesmo ano a White nomeia Robert Fager Black como seu novo presidente. Com muita humildade ele reergueu a empresa! Ele conhecia os funcionários pelo nome e visitava as empresas com frequência e todo mundo era bem-vindo em seu escritório. Também fizeram a sua primeira cabine avançada, o modelo 730 que tinha motor V12 de 7.6 litros a gasolina. Em 1939 começa a Segunda Guerra Mundial e a White desenvolve um projeto Militar da indiana que se tornou o M3 A1 Scout, um carro blindado usado como veículo de reconhecimento e também usado como ambulância que foi um grande sucesso tendo mais de 20 mil veículos fabricados até o final da Guerra.
Após o final do confronto tanto a Volvo quanto a White cresceram cada vez mais! A Volvo estava fazendo muito sucesso com seus automóveis e com seus caminhões também não era diferente. A linha LV “Nariz Arredondado” foram os primeiros caminhões da marca a receberem motores a diesel e fez ganhar uma ótima reputação entre os proprietários. Em 1950 ela entra no ramo de máquinas agrícolas comprando a com a patriota Bolinder Multitel. Desde o final da segunda guerra a White passou a focar somente em veículos pesados e desenvolveu o cabine avançada super Power 3000 que foi o pioneiro de cabine inclinável para melhor acesso ao motor e os anos 50 ficou marcado com a White adquirindo muitas empresas.
Em 1951 fez uma parceria com a fabricante de caminhões Freightliner que passou a vender seus veículos e eram batizados de White Freightliner.
Em 1953 compram a Autocar e com muita sede ao poder também compram a Real em 1957 e no ano seguinte a Diamond T. A série de caminhões WC e 3.000 fizeram muito sucesso e ao final da década de 50 lançam cabine avançada série 5000 cujo design era muito moderno para época. Já a Volvo estava conquistando a Europa com os modelos Viking e Titan, que no Brasil ficou conhecido por ser um super Volvo de tão robusto. Um dos segredos de seu sucesso era o motor turbo diesel sendo um dos primeiros caminhões do mundo a vir com esse equipamento que fez a potência do motor subir de 150 para 185 cavalos.
Em 1963 a Volvo se expande internacionalmente abrindo sua primeira filial no exterior em Halifax no Canadá. Já a situação da White estava mudando, a forte e voraz empresa estava vendo suas vendas caírem, desde que Black se aposentou da companhia em 1956 a empresa começou a despencar. Em 1966 lançaram o modelo pesado 4000, ainda que fosse um bom caminhão a White precisava tomar outras ações e uma de suas decisões foi reunir duas de suas companhias em uma só e assim em 1967 surgiu a Diamond Reo. No mesmo ano também criaram a divisão Western Star, a empresa criou essa nova divisão pensando nas preferências dos caminhoneiros da Costa Oeste e assim nasce o clássico modelo Bicudo 4.900.
Apesar dos esforços as vendas continuavam caindo e em 1971 venderam a divisão Diamond Reo e no mesmo ano contrataram Semon Knudsen para ser o presidente. Ele já havia trabalhado quase 30 anos na General Motors e até havia se tornado presidente da Ford! A administração dele se provou muito competente, lançando muitos modelos que fizeram relativo sucesso, como, o Road Boss, um modelo convencional e os modelos Road Commander e Road Xpeditor de cabine avançada. Também lançou em 1973 o Powerliner, além do cabine convencional WFC 120 no ano seguinte.
Apesar do aumento das vendas com ótimas ideias para o setor, não conseguiram reverter tantos anos de administrações ruins. Em 1977 termina a aliança com a Freightliner e a empresa decretou falência em 1980. O que seria um triste fim, na verdade se tornou um novo capítulo que estava prestes a começar, a vinda da Volvo para os Estados Unidos. A empresa sueca já vendia muitos automóveis no mercado norte-americano, mas sabendo do grande mercado de caminhões da região, decidiu comprar as ações da White e começou as atividades em 1981.
Curiosamente a Western Star não entrou nas negociações e acabou se tornando uma marca independente! A nova empresa se tornou a Volvo White Truck Corporation que continua fabricando os modelos da antiga empresa, além de administrar a Autocar. Apesar da Volvo possuir uma linha de caminhões pesados consolidada com fábricas em diversos países, nos Estados Unidos não tinha os caminhões tradicionais da White e da Autocar, com mecânicas terceirizadas. Em 1986 a empresa faz uma aliança com a General Motors que ficou incumbida de fazer somente caminhões pesados, surgindo a Volvo GM Heavy Truck Corporation e assim nascem os modelos White-GMC!
A GMC para de fabricar caminhões pesados, focando somente na linha leve média e no final dos anos 80 a empresa passou a oferecer como opcional todo trem de força da Volvo nos caminhões White-GMC e Auto Car. Aos poucos a Volvo foi desenvolvendo modelos híbridos com elementos estéticos dos caminhões europeus como o modelo Aero e em 1996 desenvolveram o modelo comum com os europeus e assim nasce a série VN sendo o primeiro caminho realmente projetado pela marca sueca no país cujas linhas tinham muitos componentes incomuns com a linha FH da Europa.
Seus elementos estéticos serviriam de base para fazer o modelo brasileiro NH12 que seria lançado em 1999. Apesar da Volvo ter sua própria linha de motores diesel eles também disponibilizaram mecânicas terceirizadas como as suas concorrentes nos Estados Unidos. Em 1997 a Volvo adquire totalmente a linha Pesada da GM e a partir de então a empresa passa a se chamar Volvo Trucks North America. Nos anos 2000 a empresa lança o modelo pesado VHD e no mesmo ano compra a divisão de caminhões da Renault e dessa forma acabou se tornando a dona da fabricante de caminhões norte-americana Mack que estava no grupo Renault desde os anos 80.
Com a aquisição a Volvo virou Líder absoluta no setor de caminhão para transporte de lixo pois as líderes do setor eram Justamente a Mack e a Autocar. Para não se enquadrar como oligopólio decidiu vender a divisão Autocar que foi comprada em 2001 pelo grupo GVW, se tornando novamente uma empresa independente. Em 2002 a Volvo atualiza o modelo VN com um novo designer que o deixou bem moderno para época, com novo conjunto óptico e aerodinâmica melhorada e assim passa a se chamar VNL.
Em 2005 lançam a série VT que eram caminhões Premium com muitos cromados e possuem os motores mais potentes. Ele vinha com motor Cummins ISX15 com potências de 475 a 565 cavalos ou grande Volvo D16 um potências de 500 a 625 cavalos. Enquanto isso no Brasil em 2006 o modelo NH12 para de ser fabricado após quase sete anos e assim o mercado norte-americano é o único do mundo em que a Volvo fabrica caminhões bicudos. Em 2013 a empresa lança o modelo VNX que seria o sucessor da série VT, que usa também elementos da linha VNL cujos motores têm potências que podem passar dos 600 cavalos.
Em 2017 a empresa revela o modelo VNR e vem exclusivamente com motores Volvo com potências de até 500 cavalos. Em 2020 a empresa atualizou seu caminhão vocacional para carregar automóveis VAH e também o VHD. No mesmo ano a Volvo lança o VNR Elétrico, cujo motor desenvolve 455 cavalos e tem autonomia de 442 km, tornando perfeito para viagens de curtas distâncias. O modelo tem feito sucesso sendo que agora nesse ano já teve mais de 100 encomendas. Atualmente a Volvo tem uma posição tranquila no mercado norte-americano graças às qualidades de seus produtos! Para mais histórias como essa, acompanhe o Brasil do Trecho.
Redação – Brasil do Trecho