Conheça a primeira caminhoneira da Índia

Conheça a primeira caminhoneira da Índia
Foto: Reprodução / logisticsinsider

Sua primeira viagem durou três dias, percorrendo 1.100 km com o caminhão.

Yogita Raghuvanshi é a pioneira caminhoneira da Índia, uma notícia que ganhou manchetes em jornais ao redor do mundo devido ao fato inédito. Essa profissão é predominantemente ocupada por homens, e na Índia, o desafio é ainda maior. Para dar uma ideia, na área de transporte de passageiros, a capital indiana conta com 15 mil motoristas de ônibus, sendo apenas 34 mulheres entre eles.

Assim, Yogita Raghuvanshi decidiu compartilhar sua experiência como a primeira caminhoneira do país, não escondendo a sua decepção em relação aos assédios e extorsões que enfrenta nas estradas.

Corrupção nas estradas

Na Índia, os Escritórios Regionais de Transporte (RTOs) são órgãos governamentais responsáveis pela administração do tráfego rodoviário, registro de veículos, emissão de carteiras de motorista, imposição de normas de segurança veicular e aplicação das leis de trânsito. Cada estado ou território do país possui suas próprias RTOs para tratar de questões relacionadas ao transporte em âmbito regional.

O problema é que, de acordo com Raghuvanshi, os agentes dos RTOs são corruptos e extorquem dinheiro dos caminhoneiros, assediando aqueles que se recusam a pagar. Desde 2017, não há mais a exigência de postos regulares de verificação de transporte nas fronteiras, uma vez que foram criadas plataformas que possibilitam os pagamentos de impostos online. No entanto, os RTOs continuam atuando, o que levou a caminhoneira a questionar esse fato durante o seu discurso em um evento.

Principal motivação para se tornar caminhoneira

O que levou Raghuvanshi a escolher trabalhar em uma profissão tão desafiadora para as mulheres foram os filhos. “Eu precisava ganhar mais para sustentar meus filhos”, disse. Na primeira semana de trabalho, ela recebeu o equivalente a R$ 116,66. Em sua primeira viagem, Yogita Raghuvanshi percorreu 1.100 km e levou três dias para concluir o transporte.

Hoje, ela trabalha a bordo de um caminhão com 10 eixos, oferecido por uma grande empresa automobilística que ficou encantada com o fato de ela ser a primeira caminhoneira da Índia. “Agora, dirijo meu caminhão no mercado aberto. Eu mesma escolho as viagens”, declarou.