Após corte no preço do diesel, paridade internacional ainda desafia o mercado brasileiro

Após corte no preço do diesel, paridade internacional ainda desafia o mercado brasileiro
Foto: Reprodução / ESTADÃO CONTEÚDO

De acordo com o Observatório Social do Petróleo, o preço do litro do combustível S10 no mercado interno apresenta uma diferença de R$ 0,05 em relação aos valores praticados no exterior.

Apesar da recente redução no preço do diesel promovida pela Petrobras, o combustível continua a se manter acima da paridade internacional.

Levantamentos recentes indicam que, mesmo com a diminuição de custos realizada pela estatal na última semana, os preços internos do diesel e da gasolina permanecem superiores às referências internacionais.

Diferenças Significativas

De acordo com o Observatório Social do Petróleo, o preço do litro do combustível S10 no mercado interno apresenta uma diferença de R$ 0,05 em relação aos valores praticados no exterior.

O diesel S10, considerado menos poluente com 10% de biodiesel, está em média 5 centavos mais caro internamente em comparação com os valores praticados no mercado internacional. No final de novembro, essa discrepância chegou a atingir 30 centavos, evidenciando a complexidade da atual situação.

Corte e Variações

Na semana passada, a Petrobras reduziu o litro do diesel em suas refinarias em 6,6%, resultando em um preço de R$ 3,78 por litro. Apesar deste corte de 27 centavos por litro, dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) indicam que a diferença do preço do diesel no mercado brasileiro em relação ao internacional ainda persiste, sendo de 10 centavos mais caro.

Gasolina Também na Balança

A discrepância nos preços não se restringe ao diesel, pois a gasolina também apresenta divergências significativas. A Abicom destaca uma diferença de 20 centavos por litro, enquanto o Observatório aponta uma discrepância de apenas 1 centavo. Esses dados revelam um cenário desafiador para a estabilidade dos preços internos.

Perspectivas e Estratégias

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reitera o compromisso da empresa em manter os preços dos derivados de petróleo mais estáveis, utilizando suas vantagens competitivas para garantir participação no mercado.

O ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo Biocombustíveis e Gás Natural (ANP), Aurélio Amaral, acredita que a empresa deve monitorar de perto os preços internacionais dos derivados de petróleo, buscando maior competitividade e concorrência.

Impactos na Inflação e Janela de Importação

Segundo ele, esta diminuição é bem-vinda para a matriz de transportes baseada majoritariamente no diesel, gerando efeitos positivos na inflação. A abertura de uma janela de importação, aliada à chegada de diesel russo com preços competitivos, sinaliza uma busca por equilíbrio nos custos e benefícios para o país.

De acordo com a Petrobras, a redução de 27 centavos no diesel contribuiu para uma possível redução de quase 16% no preço do combustível ao longo de 2023.