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Desafios logísticos afetam abastecimento de combustíveis no Rio Grande do Sul

Refinaria Alberto Pasqualini enfrenta dificuldades após enchentes, impactando distribuição de diesel e gasolina

A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada no Rio Grande do Sul e operada pela Petrobras, enfrenta obstáculos para escoar combustíveis, como o diesel, devido a problemas logísticos decorrentes das enchentes. Essa situação tem deixado várias regiões desabastecidas, enquanto distribuidoras ainda lidam com os impactos das fortes chuvas.

Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, a situação é alarmante: “A única refinaria que produz diesel no estado está sem acesso. Por conta disso, as cidades e regiões do estado começaram a ficar sem diesel, as prefeituras não conseguem trabalhar na limpeza porque não têm mais diesel”, informou o ministro.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), a Refap, com capacidade para processar 32 mil m³/dia de petróleo, estava operando em carga mínima, com retirada de produtos, como diesel e gasolina, abaixo do normal. As retiradas de gás liquefeito de petróleo (GLP), o chamado gás de cozinha, estavam perto de zero, agravando a situação de abastecimento.

Impacto na agricultura e nas distribuidoras

Gedeão Silveira Pereira, presidente da Federação da Agricultura do estado do Rio Grande do Sul (Farsul), destacou as dificuldades enfrentadas para conseguir abastecer: “O grande problema que está acontecendo é falta de combustível, não há logística para trazer combustível”, afirmou. Essa escassez afeta não apenas a população em geral, mas também setores importantes da economia, como a agricultura.

Reflexos nas distribuidoras e na movimentação de GLP

Sergio Massillon, diretor institucional da Brasilcom, federação que representa distribuidoras regionais de combustíveis, relatou que a situação está crítica, com postos revendedores sem produtos e dificuldades logísticas imensas. A movimentação de GLP tem sido especialmente afetada, prejudicando a Grande Porto Alegre e o interior do estado.

Resposta da ANP e adaptações necessárias

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou medidas para lidar com a situação, incluindo flexibilização das regras de mistura obrigatória dos biocombustíveis nos combustíveis fósseis. Essas adaptações visam mitigar os impactos da crise logística na distribuição de etanol e biodiesel no estado.

Perspectivas e desafios futuros

Apesar dos esforços para garantir o abastecimento, a redução geral no consumo de combustíveis e os comprometimentos nos fluxos logísticos continuam a representar desafios significativos. A Refap e as bases de distribuição de combustíveis operam dentro de suas possibilidades, mas o restabelecimento pleno do abastecimento ainda é uma meta a ser alcançada.

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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