Sourav Saini, um jovem de 24 anos, se deparou com um vídeo de um minuto no YouTube promovendo a Navkin Transport, uma nova empresa de transporte rodoviário em, Ontário, no Canadá. O influenciador exaltava a empresa, destacando suas viagens garantidas para os EUA e o excelente ambiente de trabalho. Saini, já licenciado como caminhoneiro e buscando entrar no setor, ficou imediatamente interessado e agendou uma entrevista.
Durante a entrevista, as promessas da empresa pareceram ainda mais atraentes. “Eles disseram que pagariam em breve e sem atrasos”, explicou Saini, acrescentando que a empresa também pagaria pelas escalas e pelo tempo que os motoristas gastassem esperando. Animado com as perspectivas, Saini aceitou a oferta de emprego.
No entanto, a realidade se revelou muito diferente das promessas. Em março, o caminhoneiro dirigiu duas vezes para a Califórnia, acumulando mais de 16.000 quilômetros em mais de 10 dias na estrada, mas o pagamento nunca chegou. “Eles me devem uns 3.000 dólares” (aproximadamente R$ 16.920), lamentou Saini, mencionando que a falta de pagamento afetou seriamente suas finanças pessoais, forçando-o a pedir dinheiro emprestado.
A experiência de Saini não é isolada. Navi Aujla, diretora do Labour Community Services of Peel, uma organização sem fins lucrativos que ajuda caminhoneiros, destacou que os problemas salariais estão piorando. “A maioria das pessoas que nos ligam pedindo ajuda está relacionada a roubo de salário. Elas já tiveram que deixar o emprego porque não estavam sendo pagas,” disse Aujla. Ela notou que o tempo para iniciar um caso passou de seis para quase onze meses recentemente, complicando ainda mais a situação dos trabalhadores.
Embora o governo federal tenha emitido 542 ordens de pagamento de salários contra empresas de transporte em 2023, muitas dessas ordens são ignoradas ou as empresas já fecharam quando emitidas. Hardev Taggar, fundador da Navkin Transport, admitiu que deve a vários ex-funcionários cerca de US$ 18.000 (aproximadamente R$ 101.520), dinheiro que ele diz não ter no momento, mas que pretende pagar.
Para o caminhoneiro Saini, a falta de pagamento não apenas causou dificuldades financeiras imediatas, mas também adiou seus planos de visitar a família na Índia pela primeira vez em cinco anos. “Já faz cinco a seis meses. Mas nenhuma resposta do governo,” disse ele, expressando sua frustração com o sistema.
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