Brasil X EUA: Entenda a diferença entre os caminhões

Brasil X EUA: Entenda a diferença entre os caminhões
Foto: Reprodução / Internet

É nítida a diferença entre os veículos que são comercializados no Brasil e nos Estados Unidos

Os caminhões são peças fundamentais em qualquer economia do mundo. No Brasil, isso ficou evidente com as greves de caminhoneiros, cujos resultados afetaram também os consumidores, com alta de preços e falta de itens essenciais para a população.

Por sua importância, os caminhões não poderiam estar longe de uma das maiores economias do mundo, os Estados Unidos, que têm uma cultura riquíssima com caminhões, abrigando várias montadoras clássicas como Peterbilt, Kenworth, Mack, Western Star e muitas outras.

Diferença dos caminhões EUA x Brasil

Entretanto, uma olhada rápida nas rodovias, lá e cá, mostra que os caminhões no Brasil e nos EUA têm um ponto absolutamente comum: o transporte de carga.

Os caminhões norte-americanos são bem diferentes dos caminhões brasileiros, tanto no número de possibilidades mecânicas quanto no conforto das cabines.

A principal diferença, entretanto, é o fato de os caminhões norte-americanos serem bicudos, ou seja, terem o motor na frente da cabine. Essa configuração também era dominante no Brasil até a década de 1990, com clássicos como o Scania 113 e o Volvo N10.

Porém, no final da década de 1980 e início de 1990, com a popularização de linhas como a Cargo e FH, os caminhões cara chata, ou seja, com o motor embaixo da cabine, começaram a ganhar espaço no Brasil.

Resolução 210 do Contran

Em 2006, os caminhões cara chata passaram a dominar nossas rodovias com o lançamento da Resolução 210 do Contran, que estabelece que os caminhões podem ter o comprimento máximo de 19,80 m, contando a carga e o veículo. Isso não proíbe a fabricação de caminhões bicudos, mas dificulta bastante.

Bicudo x Cara chata

Outro ponto que aumenta a preferência pelos caminhões cara chata é a aerodinâmica. Os caminhões bicudos têm uma aerodinâmica menos eficiente em comparação com os modelos mais modernos, que possuem um design mais aerodinâmico e maior eficiência no transporte de carga. Além disso, os caminhões bicudos têm espaço para carga menor do que os modelos de cabine avançada.

Outro aspecto em que os caminhões são bem diferentes diz respeito à parte interna da cabine. Os caminhões norte-americanos têm cabines maiores e mais espaçosas, oferecendo maior conforto e espaço para o motorista. Além disso, os caminhões norte-americanos geralmente têm um entre-eixos mais longo, o que lhes confere maior capacidade de carga.

A cabine dos caminhões norte-americanos costuma ser mais luxuosa e bem equipada, com uma variedade de recursos e opções para o conforto do motorista. Isso inclui assentos ergonômicos, sistemas de entretenimento, controles avançados e uma ampla gama de recursos de conveniência.

Os caminhões brasileiros têm cabines mais simples em termos de recursos e acabamento, com maior ênfase na funcionalidade e no desempenho. Isso não se deve ao fato de as montadoras brasileiras serem incapazes ou não terem interesse em proporcionar maior conforto para o motorista, mas sim à condição econômica de cada país.

Como se sabe, os EUA têm uma economia infinitamente superior à brasileira, o que aumenta o poder de compra dos clientes. No Brasil, uma cabine com o nível de conforto de um caminhão norte-americano aumentaria muito o valor do veículo, o que dificultaria suas vendas.

O último critério a ser considerado são as opções de motorização. Nos Estados Unidos, as marcas oferecem várias opções de motores, enquanto, aqui no Brasil, geralmente há apenas um motor disponível. Isso ocorre porque o mercado de caminhões nos EUA é significativamente maior que o mercado brasileiro. Assim, os fabricantes de caminhões nos EUA têm uma base de clientes mais ampla e, consequentemente, uma demanda maior por uma variedade de opções de motores.

Eles podem justificar o investimento, o desenvolvimento e a produção de diferentes configurações de motores para atender às necessidades e preferências específicas dos clientes.