
Nos últimos dias, motoristas que trafegam pelas rodovias e vias urbanas do Rio de Janeiro têm chamado atenção por uma prática incomum: rodar com o baú do caminhão aberto. O objetivo, segundo relatos, é mostrar que estão sem carga, como forma de se resguardar diante de abordagens ou até de tentativas de assalto.
De acordo com caminhoneiros que utilizam essa estratégia, a medida é uma maneira de demonstrar visivelmente que o veículo está vazio, reduzindo o risco de ataques de criminosos que atuam em regiões com histórico de roubos de carga.
O setor de transporte de mercadorias é um dos mais afetados pela criminalidade no estado. Apenas em 2024, o Rio de Janeiro registrou milhares de ocorrências de roubos de carga, concentradas principalmente na região metropolitana.
Apesar da intenção de proteção, trafegar com o baú aberto representa risco à segurança viária. A prática pode ser enquadrada como infração de trânsito, já que veículos de carga devem circular devidamente fechados e seguros para evitar acidentes.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transportar carga de forma irregular é uma infração que pode gerar multa e retenção do veículo até a regularização. Além disso, a porta aberta pode oferecer perigo a outros motoristas, pedestres e motociclistas.
A prática reflete a insegurança vivida pela categoria, que muitas vezes se vê obrigada a adotar medidas arriscadas para evitar assaltos. Sindicatos e associações de caminhoneiros reforçam a necessidade de maior policiamento e operações de escolta em áreas de risco no estado, para que os profissionais não precisem recorrer a soluções improvisadas.
Rodar com o baú aberto é um retrato da realidade enfrentada pelos caminhoneiros no Rio de Janeiro: entre o medo da violência e as exigências da lei. O problema reforça a urgência de políticas públicas de segurança no transporte de cargas, garantindo tanto a proteção da categoria quanto a tranquilidade de quem depende das estradas.
Esta postagem foi publicada em 25 de agosto de 2025 09:02
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