
Caminhoneiro idoso Foto: brian wilson
O setor de transporte de cargas vive um alerta silencioso: a categoria de caminhoneiros está envelhecendo, e as empresas já demonstram preocupação com a dificuldade em renovar a mão de obra. Mesmo com a necessidade crescente de transporte para movimentar a economia nacional, muitos jovens evitam a estrada, enquanto a média etária dos motoristas avança.
Estudos indicam que um terço dos caminhoneiros ativos já têm 60 anos ou mais, enquanto a faixa mais jovem — entre 18 e 30 anos — representa uma parcela minúscula do total nacional. Dados apontam ainda que, em uma década, o Brasil perdeu cerca de 1,1 milhão de motoristas de caminhão, conforme estimativas levantadas por institutos de logística e transporte.
As razões para isso são múltiplas. Jornadas exaustivas, longos períodos longe da família, insegurança nas rodovias e remuneração considerada insuficiente pesam forte na decisão dos jovens em não ingressar na profissão. Muitas vezes, carreiras mais urbanas, com horários definidos e acesso a tecnologias atraem mais quem busca equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
Para empresas de transporte e logística, a escassez é mais do que um problema operacional: representa risco ao cumprimento de prazos, elevação dos fretes e até dificuldade em atender demanda. Se hoje boa parte das cargas no país depende do transporte rodoviário, o envelhecimento da categoria sem reposição compromete o futuro da cadeia logística.
Diante desse cenário, muitos empreendedores propõem medidas como incentivos à formação de novos motoristas, subsídios para habilitação, melhoria das condições de trabalho nas estradas — com mais segurança, infraestrutura e respeito ao tempo de descanso —, além de mudanças contratuais que valorizem o motorista em sua função essencial.
Se nada for feito, o “apagão de motoristas” pode não ser apenas uma previsão alarmista, mas uma realidade concreta nas estradas brasileiras.
Esta postagem foi publicada em 1 de outubro de 2025 09:11
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