
Foto: Reprodução da internet
Muita gente pergunta se vale mais a pena fazer uma viagem mais curta e intensa ou uma mais longa, rodando menos por dia. Para responder isso na prática, vamos comparar duas viagens reais, com números de verdade, considerando diesel, pedágio, despesas, salário e faturamento.
A ideia aqui não é só mostrar o lucro, mas ajudar quem está pensando em entrar no ramo a entender se realmente compensa.
A primeira viagem durou 13 dias e teve um percurso total de 8.150 km.
Nessa viagem, o caminhão consumiu 1.253 litros de diesel. Considerando o valor médio do diesel em R$ 5,65, o gasto com combustível ficou em aproximadamente R$ 7.079.
Como essa rota foi para o Nordeste, onde tem menos pedágios, o gasto com pedágio foi menor, ficando em R$ 455.
O motorista separou 20% do faturamento bruto como salário, que nessa viagem deu cerca de R$ 3.880.
Somando diesel, pedágio e salário, o custo total da viagem ficou em torno de R$ 11.414.
O faturamento bruto dessa viagem foi de R$ 19.400.
Descontando os custos, sobrou aproximadamente R$ 7.986 de lucro líquido.
Ou seja, em 13 dias de estrada, o caminhoneiro conseguiu fechar a viagem com quase R$ 8 mil livres, já com diesel, pedágio e salário descontados.
A segunda viagem durou 19 dias, mas rodou menos: foram 7.000 km no total.Nessa viagem, o consumo de diesel foi de aproximadamente 1.000 litros, o que deu um custo de cerca de R$ 6.100.
Como a rota passou por regiões como BH, Brasília, Goiânia, Espírito Santo e São Paulo, o gasto com pedágio foi bem maior, chegando a R$ 973.
Além disso, houve uma despesa extra com mecânica e custos na estrada de aproximadamente R$ 550.
O salário do motorista nessa viagem ficou em torno de R$ 3.980.
Somando diesel, pedágio, mecânica e salário, o custo total dessa viagem foi de aproximadamente R$ 11.603.
O faturamento bruto foi de R$ 19.900.
Depois de tirar todas as despesas, o lucro líquido ficou em torno de R$ 8.297.
Ou seja, nessa viagem mais longa, o lucro foi um pouco maior, mas também levou mais tempo para ser alcançado.
Agora vem o ponto mais importante: a comparação real.
Na viagem de 13 dias, o lucro foi de cerca de R$ 7.986.
Na viagem de 19 dias, o lucro foi de cerca de R$ 8.297.
A diferença entre as duas foi de pouco mais de R$ 300, só que a segunda viagem levou 6 dias a mais.
Na prática, isso significa que a viagem de 13 dias foi mais eficiente, porque rendeu quase o mesmo valor em menos tempo, com menos dias comendo fora, dormindo na estrada e ficando longe de casa.
Mesmo rodando mais quilômetros, a viagem para o Nordeste acabou compensando por ter menos pedágio e um percurso mais plano, o que ajuda no consumo de combustível.
Já a viagem mais longa teve mais pedágio, mais desgaste e mais tempo parado, o que acaba pesando na conta final.
No fim das contas, olhando pelo lado financeiro e também pelo lado humano, a viagem de 13 dias acabou compensando mais. O caminhoneiro ganhou praticamente o mesmo valor, em menos tempo, com menos desgaste e menos custos indiretos.
Isso mostra que não é só a distância que importa, mas sim o tipo de rota, a quantidade de pedágio, o consumo de diesel, o tempo fora de casa e o quanto aquela viagem te prende na estrada.
Para quem está pensando em entrar no ramo, esse tipo de conta é essencial. Só olhando o frete bruto não dá para saber se vale a pena. É preciso colocar tudo no papel: diesel, pedágio, manutenção, salário, parcelas do caminhão, seguro e até os gastos pequenos do dia a dia.
Esta postagem foi publicada em 30 de dezembro de 2025 08:44
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