Os desafios diários não amedrontam as mulheres
São vários os relatos e as mulheres estão conquistando mais espaço e provam que são qualificadas para assumirem qualquer cargo e profissão que desejarem.
No período de 2018 a 2019 houve um acréscimo de 18% da presença feminina no mercado de construção civil. De acordo com o Sindicato da Indústria da construção Civil do Distrito Federal – SINDUSCON-DF a tendência da presença feminina no mercado é de aumento.
Informam também que existe um convênio com a Secretaria da Mulher para atrair mais a participação feminina, face a importância da autonomia financeira, oferecendo cursos de construção civil, iniciação financeira, almoxarifado, pintura etc.
Também existem cursos direcionados aos homens para trazer sensibilização aos temas como violência dentro de casa, orientando que ambos devem dividir as tarefas domésticas.
A engenheira civil e de segurança do trabalho da Brasal Incorporações, Denise Duarte de 45 anos, comenta que os pensamentos e tabus das pessoas devem mudar para novas conquistas surgirem. Em vinte e um anos de profissão atuando em construção civil, nunca enfrentou situações que causassem algum tipo de constrangimento.
Destaca Denise que as mulheres costumam ser reconhecidas pelo cuidado e perfeccionismo.
Enfrentando paradigmas
Com a intensão de superar todos os paradigmas, Agda Óliver de 41 anos montou a oficina Meu Mecânico, especializada no atendimento à mulher.
Quando comprou seu primeiro carro ela comenta que não conhecia muito sobre manutenção periódica e que chegou até a pagar sobre peças que não existiam em seu carro. Isso a motivou a ler mais, fazer pesquisas sobre o assunto e conversar com outras pessoas, gostando cada vez mais do tema. Teve então a vontade de empreender e percebeu que não haviam oficinas que atendessem mulheres e a partir daí teve uma boa ideia.
Desta forma, ela procurou o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e com isso fez o curso de mecânica, de empreendedorismo e foi se especializando. Dois anos depois, em 2010, abriu sua primeira oficina. Inicialmente queria que só mulheres estivessem trabalhando, mas não tinha essa mão de obra à disposição, criando então uma equipe mista.
Relata que 70% do seu público atual é feminino.
São vários os relatos de mulheres que estão ocupando cargos, como motoristas de ônibus, de caminhão, de taxi etc, porém ainda com baixa representatividade na área de transportes, pois no Distrito Federal, por exemplo, de 4.512 motoristas de ônibus urbanos apenas 36 são mulheres. Em 2019 também no DF, apenas 22 mulheres cadastraram-se como motoristas de caminhão em rotas regionais, conforme dados da Confederação Nacional de Transporte (CNT).
Quebrando preconceitos
Mulheres inspirando outras mulheres a romper a barreira do preconceito. Isso vem ocorrendo cada vez com mais força. Elas estão conseguindo quebrar a cultura machista de que o homem desde pequeno é orientado para uma profissão majoritariamente masculina, enquanto a mulher é destinada às tarefas domésticas.
Isso ocorre desde a década de cinquenta, quando as mulheres entraram no mercado de trabalho e apesar de todo o tempo já percorrido, ainda existe o preconceito e as desigualdades salarias principalmente, mesmo quando mulheres desempenham o mesmo cargo.
Apesar das dificuldades e de ainda enfrentarem jornadas triplas, isso está mudando pelo simples fato de que é isso que elas decidiram que querem, enfrentando ainda o desafio de gênero e o preconceito racial.
Essas mulheres são aguerridas mesmo, porque mesmo com todos esses desafios, encontram forças para superá-los e serem admiradas, conseguindo assim transformarem a sua realidade, relata Tânia Fontenele, professora da Univ. de Brasília (UnB) e autora do livro Trabalho de Mulher.
Redação – Brasil do Trecho
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