Em 2018 a greve dos caminhoneiros representou uma paralisação nacional dos caminhoneiros autônomos entre os dias 21 e 30 de maio daquele ano.
Agora, grupos e líderes dos caminhoneiros querem maior representatividade no Congresso Nacional
De olho nas eleições que se aproximam neste ano, caminhoneiros autônomos estão montando chapas para lançarem candidatos a deputado estadual e federal.
Eles querem oferecer nomes para aproximadamente 20 estados da federação para participarem das eleições em outubro deste ano e ao menos a metade da meta já conseguiram.
Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas – CNTRC comenta que não se trata de ideologia e sim, defendermos a categoria, não importa se o partido é de esquerda, de direita ou do centro.
Os integrantes de uma possível “bancada do caminhão” possuem ligações entre eles por serem motoristas profissionais e pelo comprometimento com todas as pautas da categoria.
Entre as reivindicações estão: a mudança da política de preços da Petrobras, o piso mínimo para o frete, a aposentadoria aos 25 anos de contribuição para a previdência, unificação fiscal, melhoria dos pontos de parada nas rodovias, dentre outras.
Esta iniciativa teve maior repercussão a partir do momento que os caminhoneiros perceberem a diminuição do poder de mobilização e da pressão que demonstraram em 2018 e principalmente depois do novo aumento da Petrobras de 24,9% no preço dos combustíveis.
Para Plínio existe a necessidade da representatividade no Congresso aumentar, pois atualmente apenas o deputado Nereu Crispim (PSD-RS) estaria identificado com a pauta dos caminhoneiros.
Já existem chapas em 10 estados, onde a primeira reunião foi realizada em 18 de setembro de 2021 em Brasília e esse evento serviu para definir as pautas que serão defendidas na campanha e como será a linha de atuação.
Após esse encontro, houve mais dois e o último ocorreu há uns quinze dias atrás, em Goiânia e tem mais dois programados até as eleições. De todo esse esforço, tivemos a composição de candidaturas a deputados federais e estaduais em dez estados, tendo a situação bem definida em Mato Grosso e Espírito Santo, afirmou Crispim.
Crispim comenta que mesmo que seja de um partido de esquerda, não importa.
Apesar de no Brasil existirem em torno de dois milhões de caminhoneiros autônomos e celetistas, Crispim não acredita em uma enxurrada de deputados estaduais e federais.
De qualquer forma é uma iniciativa importante, pois marca uma posição política e quem for eleito, trabalhará em suas pautas defendendo a classe.
O deputado acrescenta que atualmente os grupos relacionados são a bancada evangélica e do agronegócio, porém as pautas dos caminhoneiros foram deixadas de lado, onde alguns deputados até se apresentaram como representantes da categoria, mas na hora “H” fugiram da situação.
Eles estão comprometidos com outras pautas e não colocarão em risco seus interesses. Os parlamentares ligados ao agronegócio são numerosos e possuem interesses na direção posta dos caminhoneiros.
A intenção é percorrermos o mesmo caminho de articulação para ter força e maior representatividade da categoria em Brasília e nas Assembleias Legislativas.
Redação – Brasil do Trecho