Conheça a história da carreta bitrem

Carreta bitrem de 7 eixos é uma classe de configuração brasileira, com uma história importante na participação do transporte em todo o país.

Foto: Reprodução da internet

Muitos caminhoneiros já trabalharam com carretas bitrem, mas não conhecem sua história.

Carreta de 7 eixos bitrem é uma configuração brasileira

Carreta bitrem de 7 eixos é uma classe de configuração brasileira, com uma história importante na participação do transporte em todo o país. Veja a história, sua evolução e curiosidades, por que está sendo cada vez menos utilizada e quais as novas configurações que estão tomando seu lugar.

Os bitrens entraram em teste no Brasil no final da década de 80. Curiosamente o rodotrem tinha sido criado antes dele, na década de 70, sendo uma necessidade para escoar o transporte de grãos, dentre outros produtos.

Aos poucos os bitrens foram ganhando cada vez mais espaço para circular nas rodovias, enfrentando com mais facilidade que os rodotrens, as burocracias e proibições de horários em algumas cidades.

No início dos anos 90 o bitrem foi definitivamente aceito e comercializado, mas ainda necessitando de autorização especial, porém ganhando maior espaço no mercado. A legislação passou também por atualizações nos pesos brutos totais (PBTs) e com cavalos mecânicos cada vez mais potentes e modernos, tornava-se interessante o acompanhamento de modelos de transporte mais eficientes.

Assim, a partir dos anos 2000 carretas bitrem inundavam o mercado e em vários seguimentos. O mais interessante é que as carretas com eixos espaçados, chamadas de “Vanderléias”, também vieram antes dos bitrem, com registros de início também na década de 70.

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O bitrem tinha melhor desempenho que os outros modelos, devido ao menor arrastro dos pneus, mas não permitia transportar cargas de grandes dimensões.

A partir de 2011 o bitrem 7 eixos levou um duro golpe. O Contran – conselho Nacional de Trânsito, estabeleceu que apenas cavalos mecânicos traçados poderiam puxar bitrem, elevando bastante o custo de tal conjunto. Por isso, a partir deste ano, verificamos bem menos caminhões novos nessa configuração.

Seria mais vantajoso o uso do bitrem 9 eixos ou a Vanderleia 3 eixos com cavalo mecânico 6×2. Outras possibilidades também estavam sendo estudadas na época. Uma delas foi o cavalo mecânico de 4 eixos que com uma carreta de três eixos, tinha um Peso Bruto Total de 54,5 toneladas, aproximadamente a mesma carga líquida de um bitrem 7 eixos, sedo um conjunto com uma carreta com dois pneus a menos e não precisava ser cavalo mecânico traçado.

Os primeiros 8×2 de fábrica foram lançados pela Scania em 2015. Outra configuração que começou a ser testada foi a carreta LS de 4 eixos, com realce para as que tinham 3 eixos e um eixo direcional destacado, ficando com um PBT total de 58,5 toneladas.

Finalmente em 2022 um novo marco regulatório atualiza a legislação. Homologando a carreta 4 eixos e ao mesmo tempo voltando a permitir cavalo mecânico 6×2 para bitrem de 57 toneladas e até mesmo 4×2 dentro da capacidade de carga permitida para ele.

Como vimos a carreta bitrem de 7 eixos teve uma aprovação muito grande na década de 90 e principalmente após os anos 2000 e muitas fabricantes criaram elementos especiais para esse conjunto, mas sofreu com algumas restrições da legislação. A carreta 4 eixos traz notórias vantagens.

Contudo ainda não é o fim do bitrem, mas seu uso caiu muito, pois o conjunto formado com 4 eixos, consegue transportar basicamente a mesma carga do modelo 7 eixos bitrem.

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Redação – Brasil do Trecho