Transportadora

Como a maior transportadora do Brasil faliu?

A empresa dominava em uma época em que o transporte rodoviário era a única opção para quase 90% da população

Uma das maiores transportadoras de todos os tempos viu o seu fim após diversas crises que culminaram na falência desse grande grupo. Hoje vamos falar um pouco sobre a Itapemirim que já chegou a ser considerada uma das maiores empresas de transporte do planeta e acabou tendo um fim inesperado.

Ícone e pioneira

A empresa foi uma verdadeira novidade no país pelo que trazia aos seus clientes. Ela foi pioneira em coisas que hoje são comuns em ônibus como poltronas reclináveis, ar condicionado, wi-fi e outras configurações que facilitam uma viagem tranquila.

A empresa dominava em uma época em que o transporte rodoviário era a única opção para quase 90% da população quando escolhia fazer algum tipo de trajeto ou viagem pelo Brasil.

Com o passar dos anos o setor aeroviário foi sendo implementado tendo mais viagens no país e com valores de passagem com um ótimo custo-benefício e foi aí que o modal rodoviário sentiu uma perda significativa de clientes.

A Itapemirim como principal empresa desse tipo de transporte, viu vários passageiros migrarem para as viagens de aviões, e para não sair perdendo decidiu lançar a ‘Itapemirim cargo’ focada no transporte de cargas.

https://brasildotrecho.com.br/2022/09/itapemirim-kaissara-nao-volta-mais-ao-transporte/

A empresa conseguiu sete Boeings 727 cargueiros e se tornou a maior frota cargueira da América Latina se consolidando mais uma vez, agora também no modal aéreo.

A Itapemirim chegou a alcançar números altíssimos com sua frota tendo mais de 1.700 ônibus e 20 mil funcionários que atendiam cerca de 70% do território nacional além de atender também em outros dez países da América Latina, seu sucesso era estrondoso, mas ninguém imaginaria que uma forte crise culminaria no fim da empresa.

O fim do sonho

O sonho da aviação foi fracassado, tiveram que vender os aviões. O dono da Itapemirim, o sonhador Camilo, até que tentou continuar no ramo aéreo comprando a Varig e investindo na Fedex brasileira, mas não teve sucesso.

A partir de então todo o grupo Itapemirim sofreu para tentar inibir o fracasso aéreo. Foi necessário vender alguns dos ônibus da frota rodoviária para outras empresas. A situação da Itapemirim ficou insustentável onde suas dívidas já se somaram em milhões de reais, milhares de trabalhadores sem receber e a parte mais humilhante foi ter sido vendida em 2017 por apenas R$ 1.

Alguns especulam que a tentativa de entrar no modal aéreo foi o fim da empresas outro, já pontuam que a má administração teria levado a Itapemirim para o buraco, mas nem mesmo a falência fez com que a Itapemirim deixasse o seu legado no transporte para trás.

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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