Eles foram sucesso em outros países, mas não chegaram em terras tupiniquins

Um caminhão, para dar certo no Brasil, tem que ser muito bom, principalmente levando-se em conta a má qualidade de muitas de nossas estradas e os locais não asfaltados pelos quais, muitas vezes, o caminhoneiro é obrigado a passar com uma máquina pesada como um caminhão.

Mesmo com todas as dificuldades, o que não falta em nosso país são exemplos de ótimos caminhões que não só se adaptaram a nossas estradas mas foram, também, grandes sucessos de venda, gerando lucro para sua marca e para seus proprietários, como os Mercedes 1113 e 1620, o Volvo N-10 e o Scania 113, apenas para citar alguns.

Mas, enquanto alguns caminhões escreveram uma história vitoriosa em nossas estradas, outros não tiveram a oportunidade de andar sobre elas por razões que vão desde testes que fracassaram até marcas que apresentaram modelos em eventos e, simplesmente, desistiram de sua produção.

Vejamos, então, cinco grandes caminhões que quase estiveram no Brasil.

•5° – Freightliner Century Class

Esse é um modelo da clássica marca norte-americana Freightliner que na época, assim como nos dias de hoje, não tem caminhões no Brasil, mas teve um modelo testado pela Mercedes Benz em 2002 pelo fato de ambas serem subsidiárias da Daimler. Os testes no Brasil tiveram lugar após sete anos do anúncio do modelo, que tinha o objetivo de substituir os caminhões da série FLD.

O modelo, assim como a maioria dos da marca ficou muito conhecido pela robustez e pela aerodinâmica, tendo várias opções de motorização, como Caterpillar C-13, Detroit Diesel série 60 e Cummins ISX com potências que variavam de 350 a 450 cavalos.

O caminhão testado no Brasil foi equipado com motor Cummins. Uma curiosidade é que esse modelo parece muitos com outro da marca e, muitas vezes, são confundidos. O modelo em questão é o Freighliner Columbia.

A Mercedes nunca divulgou oficialmente como foram os testes no Brasil mas de uma coisa pode-se ter certeza, não foram bons o suficiente para colocar a marca em nossas estradas. No entanto, nos EUA, o caminhão foi produzido até 2010, ficando 15 anos no mercado.

•4° – Ford LS-9000

A série F da Ford foi uma de suas melhores fases no Brasil e ofereceu ótimos caminhões, como o F-8500. No entanto, uma coisa que a série não ofereceu foi um caminhão no segmento dos pesados, e foi para ocupar esse espaço que a Ford testou o LS 9000 nas estradas do país.

O cavalo americano que foi anunciado na década de 1970, mas testado no Brasil no início da década de 1980, foi equipado com motor Cummins de aproximadamente 355 cavalos de potência. Para se ter uma noção da diferença, naquele período o modelo mais potente da série foi o já citado F-8500, equipado com motor V6 de 202 cavalos e 61 kgfm. Os relatos dão conta que os testes foram positivos mas a marca optou por não oferecer o modelo a nosso mercado.

•3° – MAN TGA

No final de 2000, muito antes da junção com a Volkswagen, a clássica marca alemã, no mercado desde 1898, testava um de seus modelos em nossas estradas. Os testes ocorreram com a famosa linha da marca, a TGA, mas, infelizmente, não foi divulgado qual modelo foi testado, o que torna difícil saber boa parte das informações sobre as características mecânicas. Pôde-se apenas saber que um modelo veio na configuração 6×2, com potência estimada entre 400 e 420 cavalos e ele foi testado tracionando um bitrem. Os resultados desses testes não foram divulgados e o máximo que se sabe é que o caminhão não chegou a ser fabricado no Brasil.

•2° – MAN TGA 18.220

Testado no período 2007/2008, quando a Man ainda estudava entrar no mercado brasileiro. O modelo que, entraria no segmento semipesado, foi configurado na versão 4×2, com chassi rígido e equipado com motor de 200 cavalos de potência.

•1° – Kenworth T800

Esse caminhão, se tivesse chegado a nossas estradas, seria um verdadeiro marco para a história do transporte rodoviário pois marcaria a chegada de uma das maiores fabricantes de caminhões do mundo, a Kenworth.

A marca já havia importado alguns caminhões para o Brasil na década de 1980, mas foi em 1993 que a fábrica traçou planos para entrar no mercado brasileiro. Nesse período, transportadoras como Atlas, Herculano, Rodotigre e Giovanella testaram modelos da marca.

Os modelos testados foram o T600 e o T800, e esse foi o modelo que se destacou por ser maior que a maioria dos cavalos brasileiros e apresentou vários pontos positivos em seus testes, como a elevada potência para a época, seu baixo valor de mercado, garantia de 1,5 milhão de quilômetros e sua leveza, já que utilizava alumínio na cabine, no para-choque e nas rodas.

O modelo foi equipado com motor Cummins, série N, de 12 litros, com 470 cavalos de potência, com caixa de câmbio Eaton Fuller manual de 13 velocidades.

Apesar de os testes terem agradado frotistas e a intenção inicial de produzir os modelos na fábrica da Volkswagen e comercializá-los em sua rede, a Kenworth optou por não dar continuidade a seus planos no Brasil e, de lá para cá, não teve mais nenhum plano concreto para se instalar no país.