Ter o caminhão mais potente do mundo é um feito enorme para qualquer montadora e esse mérito é buscado por todas as grandes marcas, como Mercedes Benz, DAF e, mais recentemente, até a chinesa Shakman. No entanto, a maior disputa na história para se descobrir quem teria o caminhão mais potente teve lugar entre a Volvo e a Scania.
A história começa na década de 1950, período no qual tanto a Volvo quanto a Scania estava se estabelecendo com participante proeminente na indústria de fabricação de caminhões.
Entrando do mercado em 1958, o Scania Vabis era um dos destaques principais nesse período. Estava equipado com um robusto motor a diesel de seis cilindros em linha, variando de tamanho entre sete e nove litros. Esses motores produziam entre 150 e 200 cv, dependendo da variante específica e da configuração.
O L 75 era popular por sua robustez e versatilidade, sendo utilizado em funções que iam desde o transporte em longa distância até construção e silvicultura.
O L 395 Titan era um dos modelos principais da Volvo durante a década de 1950. Era equipado com um robusto motor a diesel de seis cilindros em linha variando de cerca de sete a oito litros. Esses motores produziam entre 130 e 170 cv e eram conhecidos por sua alta qualidade de construção.
Na década de 1960 ocorreram avanços significativos na tecnologia de motores, com a Scania e a Volvo introduzindo motores a diesel mais potente e mais eficiente. A tecnologia de turbocharging começou a emergir, permitindo maior potência e melhor desempenho.
O modelo Scania Vabis LBT 140 foi um dos modelos notáveis da Scania durante a década de 1960, apresentando um motor robusto e uma reputação de confiabilidade e de desempenho. O LBT 140 vinha equipado com um motor a diesel de seis cilindros em linha com deslocamento de cerca de 10 litros e produzindo entre 220 e 250 cv.
Também o Volvo F 88 era alimentado por um motor a diesel de seis cilindros em linha com deslocamento de aproximadamente 10 litros, produzindo entre 240 e 260 cv, tornando-o um dos motores mais potentes disponíveis na década de 1960.
Durante a década de 1970, Scania e Volvo continuaram a refinar suas ofertas de motores visando a atender regulamentações de emissões cada vez mais rigorosas. A série 140 foi um lançamento significativo da Scania durante a década de 1970, apresentando construção robusta e motores potentes adequados para várias aplicações pesadas. Os caminhões da série Scania 140 foram equipados com motores V8 a diesel com deslocamento de 14 litros e uma potência de saída de 320 a 350 cv.
Porém, a Volvo também lançou um caminhão capaz de produzir 350 cv de potência. O F 10 foi um dos modelos principais da marca durante os anos 1970, conhecido por sua confiabilidade, desempenho e características inovadoras. O Volvo F 10 era alimentado por um motor a diesel de seis cilindros em linha com deslocamento de aproximadamente 11 a 12 litros, correspondendo aos impressionantes 350 cv do Scania 140.
Nos anos 1980, Scania e Volvo continuaram a disputa pelo motor mais potente. Ambas as empresas introduziram sistemas de injeção eletrônica de combustível, melhorando o controle e o desempenho do motor.
A competição entre Scania e Volvo se expandiu globalmente com cada empresa buscando estabelecer presença em novos mercados. A Scania lançou a lendária série R112 e R142, com motores V8 a diesel com desempenho de cerca de 14 a 16 litros, produzindo entre 380 e 400 cv. E a Volvo lançou o modelo F12, alimentado por um motor a diesel de seis cilindros em linha com um deslocamento de aproximadamente 11 a 12 litros. Os motores do Volvo F12 produziam entre 380 e 420 cv, mais uma vez capaz de acompanhar o V8 maior da Scania.
Os anos 1990 marcaram um período de significativos avanços tecnológicos para os motores da Scania e da Volvo. Nessa década a Volvo assumiu a liderança com novas melhorias no Volvo FH 12, agora capaz de produzir entre 420 e 500 cv de potência, alimentado por um motor a diesel de seis cilindros em linha com deslocamento de aproximadamente 12 a 13 litros, enquanto os caminhões da série 4 da Scania estavam equipados com motores a diesel de seis cilindros em linha com deslocamento de aproximadamente 11 a 12 litros, produzindo entre 400 e 470 cv.
No início do século XXI ambas as empresas investiram pesadamente em pesquisa e desenvolvimento para atender a regulamentações de emissões cada vez mais rigorosas e demandas dos clientes por motores mais limpos e eficientes em combustível. No início dos anos 2000, a Scania lançou a série R com o recém-desenvolvido motor V8, com impressionantes 580 cv de potência. No entanto, alguns anos depois, o Volvo FH 16 foi lançado com motor que produzia 610 cv de potência, superando, novamente, a Scania.
Durante os anos 2010, tanto a Scania quanto a Volvo continuaram a empurrar os limites da engenharia de caminhões, oferecendo modelos equipados com motores mais potentes para atender as demandas de várias indústrias.
Em 2010. A Scania introduziu a variante de 730 cv de potência para a série R durante essa década, que estava entre as classificações de potência mais altas na indústria na época. No entanto, em 2011, a Volvo atualizou o FH 16, agora capaz de produzir 750 cv de potência e recuperando o trono, alimentado por um motor a diesel de seis cilindros em linha com deslocamento de 16 litros.
Por cinco anos a Volvo teve o motor mais potente. Mas, em 2016, a Scania lançou a nova geração Scania R e S, séries com motor V8 aprimorado capaz de produzir até 770 cv de potência. O Scania 770 reinou como o motor de caminhão mais potente da Europa por oito anos até janeiro de 2024 quando a Volvo apresentou uma versão atualizada do FH 16 com novo exterior bem como um novo motor de 780 cv. O motor D7 da Volvo não é apenas potência.
É, também, eficiência e sustentabilidade. Projetado para fornecer uma potência de frenagem excepcional em todas as faixas de velocidade, facilita a mudança de marcha, reduzindo o desgaste dos componentes de frenagem e aprimorando a eficiência geral, especialmente durante descidas íngremes. Além disso, o motor é certificado para funcionar com combustível alternativo, como óleo vegetal hidrotratado, HVO e biodiesel, oferecendo aos clientes maior flexibilidade e contribuindo para a redução das emissões de carbono.
O motor D17 da Volvo não é apenas uma inovação, é um divisor de águas para a indústria de caminhões, seja no setor de pesados, no transporte de toras ou no transporte em longas distâncias. O poder e o torque desses motores estão prontos para revolucionar operações em diversos setores.
E, afinal, porque Scania e Volvo continuam disputando pelo título de mais forte? Há razões para isso. Ambas têm sido, historicamente, empresas ambiciosas na busca por liderança de mercado não apenas na Europa, mas globalmente.
Essa busca pela liderança levou a uma competição intensa entre elas, levando cada uma a inovar continuamente e melhorar seus produtos, incluindo tecnologia de motores. Volvo e Scania são conhecidas por seu compromisso com a inovação tecnológica.
Ambas investem pesadamente em pesquisa e desenvolvimento para criar motores que ofereçam desempenho superior, eficiência de combustível e controle de emissões. Essa dedicação à inovação levou a um ciclo contínuo de melhorias e avanços no design do motor, com cada uma se esforçando para superar a outra.
No momento, pode-se dizer que a Volvo está ganhando essa competição. No entanto, ela está longe de acabar. Quem estará no topo dentro de alguns anos é algo que não se pode prever.
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