Caminhoneiro

Furtos de módulos eletrônicos assustam caminhoneiros em Mato Grosso

A vida dos caminhoneiros brasileiros está cada vez mais difícil. Além dos desafios já enfrentados, como estradas precárias, alto custo do combustível e carga tributária elevada, a insegurança tem se tornado um problema crescente. Em Campo Verde (MT), motoristas relatam um aumento alarmante de furtos de módulos eletrônicos de caminhões, aparelhos essenciais para o funcionamento dos veículos e que podem custar entre R$ 15 mil e R$ 40 mil.

Empresas da região contabilizaram quase 20 furtos apenas nos últimos dias, gerando prejuízos significativos para os trabalhadores. O medo de represálias por parte dos criminosos tem levado muitos caminhoneiros a evitar até mesmo o registro de boletins de ocorrência.

Os furtos costumam acontecer durante a madrugada, quando os motoristas descansam. Especialistas explicam que os criminosos possuem experiência na remoção rápida dos módulos, muitas vezes cortando a fiação em poucos minutos. Sem esse componente, o caminhão fica completamente inutilizado.

Muitos motoristas relatam que a insegurança tem levado profissionais a abandonarem a estrada. A falta de locais seguros para descanso e a ausência de medidas efetivas de proteção tornam a profissão cada vez mais arriscada.

Mercado negro e dificuldades na investigação

A Polícia Civil de Campo Verde já identificou e prendeu algumas quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. Porém, a dificuldade em rastrear os módulos furtados e a revenda clandestina dessas peças dificultam as investigações. Em muitos casos, os próprios caminhoneiros, na tentativa de reduzir seus prejuízos, acabam comprando módulos no mercado ilegal, o que alimenta o ciclo do crime.

O chefe de investigações da Polícia Civil, Rodrigo Amorim, alerta para a importância de medidas de proteção, como a instalação de sistemas antifurto e o estacionamento dos caminhões em locais vigiados.

“A orientação é evitar parar em locais escuros e sem segurança. Também recomendamos que os caminhoneiros registrem o crime e fiquem atentos a investigações em andamento, pois muitas peças recuperadas não são resgatadas por seus donos por falta de acompanhamento”, disse o investigador.

O que pode ser feito?

Enquanto as autoridades buscam estratégias para combater esses furtos, especialistas recomendam que os caminhoneiros adotem algumas precauções:

  • Estacionar em locais vigiados sempre que possível.
  • Instalar sistemas antifurto e dificultar o acesso aos módulos eletrônicos.
  • Registrar ocorrências para ajudar nas investigações e na recuperação de peças roubadas.
  • Evitar a compra de peças no mercado clandestino.

A crise na segurança rodoviária continua sendo um dos principais desafios da categoria. Para muitos caminhoneiros, o medo de ser vítima de um crime tem sido motivo suficiente para abandonar a profissão, agravando ainda mais a escassez de profissionais no setor.

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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