Caminhoneiro

Transportadoras estão sofrendo por falta de caminhoineiros no Brasil

A profissão de caminhoneiro sempre foi essencial para a economia do Brasil, mas nos últimos anos, a realidade da categoria tem se tornado cada vez mais desafiadora. Santa Catarina, um dos principais polos logísticos do país, enfrenta uma crise no setor de transporte rodoviário. Atualmente, há cerca de 15.000 vagas abertas para motoristas de caminhão, refletindo a dificuldade das empresas em contratar profissionais e afetando diretamente o fluxo de mercadorias.

Entre os principais desafios enfrentados pelos caminhoneiros estão a falta de infraestrutura nas estradas, a insegurança nas rodovias e o tratamento muitas vezes desrespeitoso em postos e empresas. Além disso, a legislação exige que os motoristas cumpram um período mínimo de descanso, mas a falta de pontos de apoio adequados torna essa regra difícil de seguir. Em Santa Catarina, por exemplo, existe apenas um ponto oficial de estacionamento para caminhoneiros, localizado em Palhoça.

A escassez de novos profissionais também preocupa o setor. Segundo a Confederação Nacional de Transportes, o número de motoristas habilitados para conduzir caminhões de carga caiu 18% entre 2021 e 2023. Para cada 10 caminhoneiros que se aposentam, apenas dois ingressam no mercado. Essa defasagem ameaça deixar parte da frota de caminhões parada, prejudicando transportadoras, indústrias e o comércio.

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Para reverter esse cenário, algumas iniciativas vêm sendo adotadas, como a valorização profissional e a oferta de qualificação gratuita. O projeto “Mais Motoristas”, por exemplo, oferece cursos gratuitos de formação e até custeia a mudança de categoria na CNH. Programas como esse são fundamentais para renovar a frota de motoristas e garantir que a economia continue girando.

No entanto, a profissão ainda exige muito de quem decide seguir esse caminho. O dia a dia dos caminhoneiros envolve longas jornadas, distância da família e um trabalho que, apesar de difícil, é essencial para o país. Para muitos, como Jonathan, que trocou a formação em processos gerenciais pela boleia de um caminhão, ser caminhoneiro é mais do que uma profissão: é um legado familiar e um estilo de vida.

O futuro do transporte rodoviário no Brasil depende de mais incentivos, melhores condições de trabalho e infraestrutura adequada. Afinal, são esses profissionais que mantêm as estradas vivas e garantem que tudo chegue ao seu destino.

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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