
Dinheiro em espécie apreendido durante operação que mira atuação do PCC
Após a cassação das licenças da Copape e da Aster pela ANP, em julho de 2024, o Primeiro Comando da Capital (PCC) não interrompeu suas operações — pelo contrário. Para driblar a medida, o grupo criminal impulsionou sua rede clandestina de distribuição através de pelo menos 15 novas distribuidoras laranjas que emergiram no mercado com o mesmo capital inicial, cerca de R$ 4,5 milhões cada.
O mecanismo funcionou de forma estratégica: essas novas empresas continuaram fornecendo combustível para cerca de mil postos de gasolina espalhados por dez estados, mantendo, assim, seu domínio nos bastidores do setor.
Entre os nomes identificados na operação Carbono Oculto, estão:
Todas essas empresas compartilham o mesmo endereço em Jardinópolis, o que reforça a suspeita de tratar-se de uma rede coordenada.
O promotor Yuri Fisberg, do Gaeco-SP, ressaltou que o esquema criminal envolvia adulteração de combustíveis — inclusive com até 90% de metanol, muito acima do limite permitido pela ANP (0,5%). A atuação abrangia toda a cadeia: usinas, distribuidoras, postos e até portos.
O montante movimentado nesse esquema chegou a impressionantes R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, envolvendo sonegação fiscal, adulteração de produtos e lavagem de dinheiro.
Sobre o uso de instrumentos financeiros, o esquema contava com apoio de fintechs, como a chamada BK Bank, utilizada para criar “contas-bolsão” que permitiam ocultar grandes volumes de dinheiro em espécie — as movimentações ultrapassaram os R$ 46 bilhões no período.
O presidente do Instituto Combustível Legal (ICL), Emerson Kapaz, sugeriu medidas mais rigorosas: restringir a abertura de novas empresas associadas a CPFs já envolvidos em irregularidades, além de reforçar a inteligência e fiscalização da ANP para impedir que o crime organizado utilize empresas de fachada como escudo legal.
Esta postagem foi publicada em 30 de agosto de 2025 09:00
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