
Correios enfrenta a maior crise da história. Foto: reprodução
Os Correios encerraram o primeiro semestre de 2025 com um rombo financeiro sem precedentes: o prejuízo da estatal mais que triplicou em relação a 2024, saltando de R$ 1,356 bilhão para R$ 4,369 bilhões. Essa situação crítica, exibida no balanço divulgado pela empresa, reflete a combinação de queda na receita líquida e aumento expressivo das despesas.
Nos primeiros seis meses deste ano, a receita líquida caiu de R$ 9,28 bilhões no mesmo período do ano anterior para R$ 8,18 bilhões, evidenciando o impacto negativo da retração do segmento internacional e o aumento da concorrência, sobretudo em função de novas regulações sobre importação que resultaram na famosa “taxa das blusinhas”.
Em paralelo, os custos administrativos e gerais dispararam: enquanto em 2024 essas despesas estavam em R$ 1,959 bilhão, neste ano chegaram a R$ 3,414 bilhões — ou seja, um aumento de mais de 70 % na pressão sobre as finanças da estatal.
Diante do cenário, os Correios adotaram uma série de medidas de contenção de danos. Entre as ações destacam-se a venda de imóveis, o lançamento de um marketplace em parceria com a Infracommerce, um programa de demissões voluntárias e, mais recentemente, um pedido de financiamento de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (BNDES), já aprovado pela Cofiex. O empréstimo tem prazo total de 240 meses, com 60 meses de carência, e será direcionado à modernização logística da estatal, digitalização, eficiência operacional e sustentabilidade energética.
Apesar de ter entregue uma carta de renúncia ao presidente da República, o advogado Fabiano Silva permanece à frente da presidência dos Correios, conforme decisão do governo federal. O União Brasil, partido de oposição ao governo, tinha pleiteado mais espaço na gestão da empresa.
Em síntese, os Correios enfrentam uma encruzilhada financeira com desafios reais: reduzir custos sem comprometer os serviços universais; inovar para atrair novas receitas; e garantir sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo e digital. A falta de ajustes rápidos e eficazes pode comprometer a perenidade da estatal nos próximos anos.
Esta postagem foi publicada em 6 de setembro de 2025 08:59
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