Foto: Reprodução / Agência Senado
Uma pesquisa desenvolvida pelo departamento de psicologia da Universidade Federal de Sergipe(UFS) com pesquisadores do laboratório de sexualidade, saúde e desenvolvimento, mostra um pouco das mudanças do perfil caminhoneiro nos últimos tempos.
A pesquisa que já é realizada há 15 anos, hoje nota a transformação na categoria caminhoneira e enfoca no envolvimento do profissional com o comércio da sexualização nas estradas, mas que estuda outros fatores por trás da classe.
O estudo começou indo diretamente aos profissionais das estradas, ouvindo os caminhoneiros com relatos do seu cotidiano e das vivências que já passaram no âmbito profissional.
Os pesquisadores vão atrás dos caminhoneiros em pontos estratégicos como locais de parada para conseguirem obter o máximo de informações possíveis dos profissionais, além de poderem observar o comportamento dos entrevistados.
Desde o início da pesquisa(15 anos atrás) um dos fatores que mais chamaram a atenção foi o uso do celular pelos caminhoneiros, já que na década passada poucos profissionais tinham acesso ao aparelho, vivência bem diferente dos dias de hoje.
Muitos têm como o uso do aparelho celular se comunicarem com a família não deixando de falar com os entes queridos por tanto tempo como antes, outros usam o aparelho para educação fazendo cursos EAD(educação à distância) e muitos caminhoneiros tem o uso do celular como continuação da ferramenta de trabalho contratando fretes por meio virtual.
A pesquisa também apontou uma redução significativa no salário de caminhoneiros CLT e da renda dos profissionais autônomos. Outra mudança nos caminhoneiros foi a auto intitulação para certos serviços.
Os motoristas estão eles mesmos realizando algumas manutenções no veículo dispensando o trabalho da oficina e também realizando as refeições dentro do próprio caminhão. Fatos que deixam os caminhoneiros cada vez mais longe dos seus lares.
A pesquisa também perguntou aos profissionais se tiveram algum tipo de relação sexual com menores de idade nas estradas. No início do estudo(15 anos atrás) 36% confirmaram fazerem sexo pago com crianças e adolescentes, número que caiu para 10% na última edição do estudo que já foi realizado quatro vezes.
Um desses pesquisadores que fizeram esse trabalho de campo analisa o perfil do caminhoneiro.
“Nas duas últimas edições da pesquisa eu estive em campo né, e pude constatar a relevância dessa pesquisa para o caminhoneiro e também pra gente enquanto sociedade, pra gente poder compreender como esses profissionais impactam diretamente nas nossas vidas, como o seu papel é de suma importância e como eles precisam ser cada vez mais ouvidos.”
Redação – Brasil do Trecho
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