Caminhão

Fiat 190H o último caminhão da Fiat no Brasil

Quem não se lembra dos caminhões da Fiat no Brasil?

Veja o vídeo e confira esse modelo icônico e relembre sua trajetória em nosso país

Muitos caminhoneiros ao verem esse vídeo recordarão desse icônico modelo de caminhão da Fiat diesel em nosso país, que tiveram uma passagem bem conturbada em nossas estradas.

A marca chegou a lançar alguns modelos de caminhões, como o L-70 e L-30, porém não obteve muito sucesso e as vendas foram abaixo do esperado. O modelo 190E ganhou várias melhorias e até um motor turbo e sendo assim, foi considerado o destaque da marca.

A última versão de caminhão foi o Fiat 190H considerado um dos caminhões mais potentes do Brasil na época e ainda hoje existem vários fãs que não esquecem o modelo.

Algumas pessoas consideram esse como o último dos FêNêMês, pois a FIAT foi de certo modo a “sucessora” da FêNêMê no Brasil, já que comprou a fábrica na década de 70.

Em 1942 a FêNêMê foi criada, para fabricar motores para aviões militares por conta da segunda guerra mundial. Ao final da guerra a fábrica teve que se inventar e chegou a produzir alguns eletrodomésticos, mas depois de algumas parcerias com outras grandes marcas na época, ela foi vendida para a Fiat.

O primeiro caminhão fabricado nesse período de 1934 foi o FêNêMê 210, depois outros vieram como o leve Fiat 70, equipado com motor de 4.9 litro e 90 cv e o 190E, que ainda aproveitava muito dos caminhões antigos da FêNêMê como a cabine monobloco e a caixa de seis marchas com multiplicador, que tinha 12 velocidades, direção hidráulica e um motor mais moderno de seis cilindros e 256 cv.

Após esse período a Fiat comprou 94% dos direitos da FêNêMê, que pertencia a sua parceira de longa data a Alfa Romeo.

Com a compra a empresa mudou seu nome para Fiat Diesel Brasil SA, que veio juntamente com o modelo 190E, que agora se chamaria apenas 190. Essa versão tinha a cabine um pouco mais confortável e algumas modificações estéticas, como os retrovisores que foram ampliados, o volante diminuiu de diâmetro, tal como faróis e limpadores.

Seu motor recebeu também melhorias e gerava 190 cavalos de potência, com 99 kgfm de torque.

Apesar de todo o investimento a Fiat amargou baixas vendas e por conta disso, em apenas menos de dois anos depois de seu início, retirou os modelos Fiat 70 e 130, além de ser acusada pelos seus empregados de desligamentos em massa e de cortes de direitos adquiridos o que dificultou ainda mais a sua participação no mercado brasileiro de caminhões.

Após esses momentos turbulentos, a Fiat lançou os modelos 80 e 140, mas a aposta da marca para finalmente conseguir competir com Mercedes e Scania, foi o lançamento em 1979 do Fiat 190H.

Comparado ao seu antecessor o 190, suas principais melhorias foram uma cabine fabricada em fibra de vidro, que era importada da Itália, bancos anatômicos, melhoria do isolamento termo estático, ventilação orientada e alguns outros itens.

Ele foi equipado com o motor Fiat 8210 de 290 cv e 110 kgfm de torque. Sua caixa de marchas poderia ser da Eaton Fuller ou ZF, que continham 8 marchas não sincronizadas, sendo 4×4.

Porém nem mesmo o lançamento de um caminhão memorável como esse, fez com que as vendas da Fiat melhorassem. Na verdade as coisas acabaram piorando e em 1981 ocorreu uma grande greve geral na fábrica e que durou um ano.

A Fiat não aceitou negociar com os grevistas e acabou passando a direção da empresa em 1982 para a Iveco, encerrando assim a participação da Fiat com caminhões brasileiros.

Mesmo com toda essa confusão ainda não tinha sido o fim da linha 190, que passou por modificações, recebendo o motor turbo de 6 cilindros, 4 litros, 306 cv e 135 kgfm de torque.

O caminhão ficou conhecido pelo nome “Turbo” na dianteira da

cabine e faixas laterais nas portas. Para a época esse caminhão teve a segunda maior potência, ficando apenas atrás do Scania 142HS.

Não foram produzidas muitas unidades, mas devido a sua potência, muitas pessoas gostam do modelo e o consideram até hoje. No entanto nem todo esse investimento foi suficiente para salvar a fábrica e em 1985 sem nenhuma previsão de crescimento, a empresa fechou a Fiat Diesel e focou apenas na produção de carros aqui no Brasil.

Mas e você? Lembra desse caminhão? 

Confira o vídeo e veja maiores detalhes!

Redação – Brasil do Trecho

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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