Saiba mais sobre a história dos modelos bicudos e cara-chatas.
Quais dos dois modelos são considerados mais seguros
Para o caminhoneiro o caminhão vai além de sua ferramenta de trabalho, de seu “ganha-pão”, pois ele também é considerado uma paixão que remete a um sentimento muito maior e que vai além do bem material.
Os modelos bicudos até hoje fazem muitos caminhoneiros sonharem com o que ele oferece em termos de espaço de cabine, conforto, tecnologia embarcada e segurança, como os modelos norte-americanos, australianos, dentre outros países. As marcas Peterbilt, Freightliner, International etc, deixam muitos caminhoneiros apaixonados pelo design e luxo que eles oferecem.
Porque então em alguns países deixaram de fabricar os modelos bicudos, como no Brasil e porque nos Estados Unidos, eles continuam fazendo sucesso?
A resposta está na legislação adotada por cada país. O Brasil segue o padrão de legislação europeia, que mede o tamanho do conjunto do caminhão com a carreta, seja ele toco, biarticulado etc. Já nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália, por exemplo, existe uma medição máxima distinta, tanto para o cavalo mecânico, quanto para a carreta. Com isso o tamanho da cabine nesses países, independe do restante do tamanho da carreta ao contrário do que ocorre no Brasil.
Isso quer dizer que no Brasil que segue o padrão europeu, se utilizássemos o padrão de caminhão bicudo, estaríamos “perdendo” espaço para o transporte de carga, em detrimento do espaço de cabine, o que ficava inviável em termos de custo, pois se podemos transportar mais com um caminhão cara-chata de cabine avançada, porque transportar uma quantidade menor usando o modelo bicudo ou cabine recuada, não é verdade?
Logo, a implementação da modalidade de legislação de trânsito em cada país, que mede o tamanho do conjunto caminhão/carreta, foi o fator determinante para fabricantes terem projetos distintos de modelos de caminhões específicos para cada país.
No Brasil, a fabricação de modelos cara-chata, se intensificou a partir de 2000 em diante, quando as montadoras perceberam que as vendas dos bicudos começavam a dar sinais de queda acentuada.
Qual modelo é mais seguro o bicudo ou o cara-chata
Muitos caminhoneiros acreditam que os modelos bicudos tendem a ser mais seguros por terem uma área maior para absorção de impacto, no caso de uma colisão frontal. Mas será que isso é verdade?
Com o avanço da tecnologia, os modelos cara-chatas foram demonstrando que são seguros e confortáveis, tendo design que garante um melhor aproveitamento da cabine e com o ruído do motor também bem reduzido.
Já para o modelo bicudo, ter um enorme motor à frente, em caso de uma forte colisão frontal, fará com ele avance para dentro da cabine, invadindo a mesma e comprometendo a segurança. Por esse motivo é que os modelos de cabine avançada ou cara-chata acabaram se tornando mais seguros e também mais eficientes. O nome cabine avançada se deu em virtude da cabine avançar sobre o motor.
Como a tecnologia de motores também avançou, com o tempo, foi possível manter um enorme espaço de cabine muito bem aproveitado nos modelos cara-chata, permitindo que, pelo design do motor, este ficasse em baixo da cabine sem comprometer o desempenho do caminhão. O calor e o ruído também foram controlados e hoje não são mais considerados impactantes para o motorista.
Equipamentos como airbags, ABS, controle de estabilidade, de velocidade, sensores controladores de mudança de faixa, retrovisores com funcionamento por câmeras e muito mais, fizeram aumentar ainda mais a segurança desses modelos de cabines avançadas.
Mas apesar da modernidade dos cara-chata o mercado dos bicudos usados continua em alta, como é que pode?
A explicação se dá em relação a confiabilidade e versatilidade desses modelos, que favorecem sua utilização para os caminhoneiros que desejam optar por modelos usados, como por exemplo os Scania L111 e 113H, além do Volvo NH e N12.
Foto: Reprodução do Youtube – Modelo Scania 113H
Já alguns bicudos como o Mercedes-Benz 113 e 1620, sua aplicação no transporte de cargas nos centros urbanos e em médias distâncias nas estradas, caiu nas graças dos caminhoneiros pelos mesmos motivos acima, ou seja, confiabilidade e versatilidade. Se na época esses modelos fossem lançados como sendo cara-chatas, entende-se que também seriam bem aceitos, pois a facilidade de manutenção mecânica do cavalo é um de seus principais atrativos.
Apesar dos modelos cara-chatas serem considerados eficientes pelo menor peso de seu cavalo mecânico em relação ao modelo convencional, muitos caminhoneiros consideram os modelos norte-americanos como sendo incomparáveis em termo de espaço de cabine, que são suntuosos.
Desde 2017, existe um Projeto de Lei n° 2084 de iniciativa popular disponibilizado no site do Senado Federal, que se chama “ideias legislativas”, que propõe mudanças na legislação em relação ao comprimento medido, cavalo mecânico/carreta, equivalendo-se ao modelo norte-americano, que mede o cavalo separadamente do conjunto a ser transportado. Se isso for aprovado, mudará consideravelmente a forma como os fabricantes enxergam o mercado brasileiro.
Onde são fabricados os modelos de caminhões mais vendidos do mundo
Segundo a OICA – Organização Internacional dos Construtores de Automóveis segue a lista dos maiores fabricantes de caminhões do mundo em 2021:
Pos. | País | 2021 |
1º | China | 2.408.094 |
2º | Japão | 516.988 |
3º | EUA | 288.251 |
4º | Índia | 246.407 |
Redação – Brasil do Trecho
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