Em uma conversa no podcast “Fala Caminhoneiro”, Michel do Carmo contou um pouco de sua história, o início na profissão, a paixão pelo trabalho, os desafios que enfrenta diariamente e respondeu a uma pergunta inquietante.
Durante o papo, o host do podcast, Anderson Gomes, falou que a profissão de caminhoneiro é muitas vezes associada a uma vida de liberdade. Essa percepção, que ainda atrai muitos jovens para a estrada, enfrenta um paradoxo no mercado atual.
Embora haja uma preocupação crescente de que em alguns anos haverá escassez de caminhoneiros, há também sinais de que a valorização da profissão está em andamento.
A valorização dos caminhoneiros pode não ser imediatamente financeira, mas é perceptível de outras maneiras. Empresas estão começando a reconhecer a importância desses profissionais, e a paixão pela estrada continua a atrair novas gerações. “Já entrevistamos caminhoneiros jovens de 22, 25 e 28 anos, o que mostra um interesse contínuo pela profissão, embora a maioria dos caminhoneiros ainda seja mais velha e apaixonada pelo que faz”, disse ao pedir a opinião do caminhoneiro sobre o futuro da profissão.
Michel respondeu dizendo que a nova geração de caminhoneiros vem com uma mentalidade diferente, valorizando não só a liberdade, mas também o estilo e a modernidade. “Muitos jovens hoje querem dirigir caminhões novos, equipados com acessórios modernos como rodas de alumínio e design aerodinâmico”, afirmou.
No entanto, o profissional pondera que a paixão pelo caminhão vai além da aparência. “Hoje, a expectativa é alta, com muitos jovens não aceitando dirigir caminhões mais antigos. Mas a realidade da estrada é dura: carregar e descarregar cargas, enfrentar custos adicionais como o pagamento por pernoite em postos de gasolina e lidar com as dificuldades diárias são partes inerentes do trabalho”, ressaltou.
A profissão de caminhoneiro é exigente e, sem uma paixão genuína, muitos podem desistir. A previsão é que, se a geração mais velha se aposentar em massa, pode haver uma escassez significativa de motoristas. Para Michel, “a faixa etária de 28 a 30 anos pode ser a última a manter a tradição viva”.
Segundo o profissional, jovens nascidos a partir dos anos 90 podem estar menos dispostos a encarar os desafios do dia a dia da profissão.
Para garantir um futuro para a profissão, é essencial criar uma conexão emocional e de paixão com o trabalho. “Muitos jovens motoristas são atraídos pela imagem glamorosa dos caminhões que veem no YouTube, mas a realidade é bem diferente”, afirmou Michel. O caminhoneiro também disse que apenas aqueles verdadeiramente apaixonados pela estrada e pela profissão permanecerão e prosperarão.
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