O caminhoneiro José de Oliveira Fernandes sofreu uma perda irreparável ao perder sua esposa, Andreia Maria de Souza, no trágico desabamento da ponte. — Foto: Arquivo Pessoal/Corpo de Bombeiros
Um mês após o trágico desabamento da ponte sobre o rio Tocantins, que conecta os estados do Tocantins e Maranhão, o caminhoneiro José Carlos da Silva, de 48 anos, vive dias de luta para superar a perda de sua esposa, Maria Aparecida, de 45 anos, que estava com ele no momento do acidente. Maria foi uma das vítimas fatais do desastre, que chocou a região e levantou questões sobre a manutenção da infraestrutura rodoviária.
José Carlos relatou que o casal estava em uma viagem de trabalho quando tudo aconteceu. “Era para ser apenas mais um dia na estrada. Nunca imaginei que minha vida mudaria tanto em questão de segundos”, disse ele, emocionado. No momento da queda, o caminhão que ele dirigia despencou na água junto com a estrutura da ponte. José conseguiu sobreviver ao impacto e escapar, mas Maria não teve a mesma sorte.
Desde o acidente, José Carlos enfrenta noites sem dormir, revivendo o momento trágico. “Não é fácil. Cada vez que fecho os olhos, vejo tudo de novo. É uma dor que não passa. Estou tentando esquecer essa dor, mas ela é muito maior do que eu”, desabafa.
O caminhoneiro conta com o apoio de familiares e amigos, mas ainda luta para encontrar forças para voltar à rotina. “A estrada era nossa vida, mas agora se tornou meu maior medo. Não sei quando ou se terei coragem de dirigir novamente”, disse.
A tragédia que custou a vida de Maria Aparecida e de outras vítimas reacendeu debates sobre a conservação de pontes e rodovias brasileiras. A ponte, construída há mais de 30 anos, apresentava sinais de deterioração e já havia sido alvo de denúncias sobre sua estrutura precária.
Equipes de engenharia e autoridades locais seguem investigando as causas exatas do colapso. Há relatos de sobrepeso de veículos e falta de manutenção adequada. Enquanto isso, a travessia entre os estados continua sendo feita por balsas improvisadas, causando transtornos aos moradores e caminhoneiros da região.
Apesar da dor, José Carlos tenta encontrar algum consolo na memória da esposa. Ele relembra o sorriso e o companheirismo de Maria, com quem dividiu décadas de vida. “Ela era minha parceira de tudo, na vida e na estrada. Agora, a saudade é minha companheira.”
O desabamento da ponte deixou não apenas um vazio na vida de José, mas também um alerta urgente para as condições das infraestruturas no país. A tragédia é um lembrete doloroso de que vidas estão em jogo quando essas questões são negligenciadas.
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