
Caminhoneiro que jogou caminhão na Base da PRF. Foto: reproduçõa/ PRF
Durante depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrava grande preocupação com uma possível paralisação dos caminhoneiros que pudesse resultar no bloqueio de rodovias e colapso do abastecimento nacional.
Segundo Cid, Bolsonaro acreditava que qualquer crise provocada por uma greve da categoria recairia diretamente sobre sua imagem política, agravando ainda mais a situação econômica e institucional do país.
“O presidente tinha uma preocupação muito grande com a questão dos caminhoneiros. Ele queria, de alguma forma, que não houvesse manifestação bloqueando estrada nem parando o país, porque isso ia cair na conta dele”, afirmou Cid em resposta ao ministro Luiz Fux, que participou da audiência.
A declaração reforça o papel estratégico dos caminhoneiros na política nacional, especialmente após os episódios de greve em 2018 e manifestações em 2022. O temor de uma nova paralisação sempre esteve no radar do Palácio do Planalto, dado o potencial de impacto imediato no abastecimento de combustíveis, alimentos e mercadorias em geral.
Ainda durante o depoimento, Mauro Cid foi questionado por Fux sobre a suposta compra de um iPhone com recursos públicos, mas negou ter informações sobre o assunto.
A oitiva faz parte das investigações sobre o envolvimento de aliados do ex-presidente em articulações antidemocráticas e supostos planos de ruptura institucional no período pós-eleitoral.
Especialistas avaliam que o temor de Bolsonaro não era apenas logístico, mas também político e simbólico. Uma greve nacional dos caminhoneiros poderia ser interpretada como descontrole administrativo, afetando diretamente sua base de apoio e sua imagem no exterior.
Esta postagem foi publicada em 11 de junho de 2025 07:58
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