OSHKOSH M-1070: O caminhão mais bruto do exército

OSHKOSH M-1070: O caminhão mais bruto do exército
Foto: Reprodução / Internet

O veículo teve origem no contexto de avanços na tecnologia militar

Ao longo da história rodoviária, os caminhões, além de serem veículos incríveis desde sua criação, também se tornaram, rapidamente, ferramentas sociais essenciais para vários setores. E, com os avanços oferecidos aos caminhões, eles começaram a ser aplicados em outros setores, entre esses, infelizmente, o das guerras que, desde confrontos muito antigos, fez muito uso dos caminhões.

Essa cultura, no entanto, não acabou e, ao que tudo indica, não vai acabar tão cedo pois, até os dias de hoje, os caminhões são parte importante para as guerras. E um dos caminhões mais brutos disponíveis na atualidade mas, na verdade, é relativamente antigo, tendo sido criado no final da guerra fria.

Seu desenvolvimento foi uma resposta direta às necessidades do setor militar em termos de mobilidade, resistência e capacidade de carregar cargas pesadas em diversos tipos de terreno.

O OSHKOSH M-1070

O caminhão Oshkosh M-1070 teve origem no contexto de avanços na tecnologia militar. Desenvolvido pela Oshkosh Corporation, nos Estados Unidos, na década de 1990, o veículo surgiu de um programa do exército norte-americano para criar um sistema de transporte terrestre mais robusto e capaz de lidar com equipamentos e cargas militares pesados.

O principal objetivo do Oshkosh M-1070 era atuar como veículo de reboque para transportes militares, especialmente em condições desafiadoras, onde estradas sem pavimentação e terrenos acidentados são comuns.

Nesse período, o exército norte-americano precisava de um novo modelo para substituir os já antigos M-25 Tank Transporter Dragon Wagon e o M-746. Sua capacidade de rebocar cargas extremamente pesadas e operar em ambientes variados faz dele uma peça chave em logística e transporte de equipamentos militares.

A ideia, na época, era criar um monstro das estradas que poderia se deslocar por terrenos complexos com armamentos muito pesados. Dá para entender o porquê de esse caminhão ser um verdadeiro bruto.

A suspensão é o ponto forte

O caminhão, que vem com a rara combinação 8×8, se destaca por sua avançada tecnologia de suspensão que proporciona estabilidade mesmo com cargas extremamente pesadas. Sua cabine ergonômica e seu sistema de controle hidráulico, aliados a avançados sistemas de navegação e de comunicação, tornam-no uma peça fundamental para operações militares.

Sua primeira versão veio equipada com um motor Detroit Diesel 8V-92 TA, de 12,06 litros com funcionamento de dois tempos a diesel, 500 cavalos e 203 kgfm de torque a 1200 rpm.

Até os dias de hoje alguns ainda estão em atividade. Por volta dos anos 1990, quando a produção ia de vento em popa, entrou em cena o tanque M-1 Abrams superando 60 toneladas e com mais de 10 metros de comprimento.

Os transportadores antigos mostraram que não aguentariam cargas tão pesadas, o que levou a Oshkosh a criar o M-1070, o caminhão-trator que veio para suprir essa demanda.

O contrato inicial de 1044 unidades foi assinado, com a produção começando em julho de 1992. O caminhão chegou, inclusive, a ter uma nova versão, a M-1070 A1, com motor Caterpillar Diesel C-18 de seis cilindros, 18 litros, desenvolvendo 700 cavalos e com transmissão automática de sete velocidades Allison 4800 SP aprimorada e configuração 8×8, mantendo a tradição.

Nova versão

A versão M-1070 F foi feita para o exército britânico, entrando em operação em 2001 para o transporte de tanques e adaptado para se alinhar às leis locais. Já o M-1300 é uma versão revisada do M-1070 A1, projetada para ser usada na Europa pelo exército dos EUA.

Apesar de o M-1070 não ser o maior veículo desse tipo no mundo, já que existe o bielorusso MZKT 74-135, capaz de transportar 130 toneladas com um motor de 22 litros e 796 cavalos, lançado em 1997, o Oshkosh ainda é muito usado pelos EUA e foi exportado para vários outros países.

Além disso, ele encontrou uso fora do meio militar, sendo empregado em atividades civis.