Caminhoneiro

Aumento de casos de mal súbito entre caminhoneiros preocupa especialistas

O número de caminhoneiros que sofreram mal súbito durante o trabalho cresceu de forma alarmante em 2024 e 2025, levantando um alerta sobre a saúde desses profissionais. A rotina intensa, a falta de acompanhamento médico e o estresse diário são alguns dos principais fatores apontados por especialistas como causas desse aumento.

Jornadas exaustivas e impacto na saúde

Os caminhoneiros enfrentam longas jornadas nas estradas, muitas vezes dirigindo por mais de 12 horas seguidas para cumprir prazos apertados. Esse desgaste constante aumenta o risco de problemas cardiovasculares, como infartos e AVCs.

De acordo com dados de associações do setor, 78% dos caminhoneiros dormem menos de seis horas por dia, o que contribui para a elevação da pressão arterial e a fadiga extrema, fatores que podem levar a um mal súbito.

Além disso, o sedentarismo e a má alimentação são problemas recorrentes entre esses profissionais. Com pouco tempo para refeições balanceadas, muitos acabam consumindo alimentos industrializados e ricos em sódio, aumentando o risco de hipertensão e doenças do coração.

Alta pressão e estresse da profissão

A profissão de caminhoneiro envolve uma pressão constante para cumprir prazos, muitas vezes sob condições precárias. O medo de assaltos, as dificuldades nas estradas e a falta de infraestrutura adequada para descanso são agravantes que aumentam os níveis de estresse e ansiedade.

O impacto psicológico da profissão também é um fator preocupante. Segundo um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 65% dos caminhoneiros relataram sentir ansiedade ou exaustão mental constante. O estresse crônico é um gatilho para crises cardíacas e outras condições graves.

Falta de acompanhamento médico

Outro fator preocupante é a ausência de exames regulares. Muitos caminhoneiros, especialmente os autônomos, não realizam check-ups periódicos devido à falta de tempo ou recursos financeiros. Isso faz com que problemas de saúde se acumulem silenciosamente até que uma situação grave, como um mal súbito, ocorra.

Médicos especialistas recomendam que esses profissionais façam exames de rotina pelo menos uma vez por ano, verificando a pressão arterial, o colesterol e a glicose no sangue. No entanto, a realidade é que poucos seguem essa recomendação.

O que pode ser feito para reduzir os casos?

Diante do aumento dos casos de mal súbito entre caminhoneiros, medidas precisam ser adotadas para melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores. Algumas soluções incluem:

  • Pausas obrigatórias durante as viagens para descanso adequado;
  • Programas de conscientização sobre alimentação saudável e prática de exercícios físicos;
  • Campanhas para incentivar exames médicos regulares, especialmente para motoristas acima de 40 anos;
  • Melhoria da infraestrutura nas estradas, oferecendo mais pontos de parada com boas condições para descanso e alimentação;
  • Menos pressão por prazos excessivamente curtos, reduzindo o estresse da profissão.

A classe dos caminhoneiros desempenha um papel fundamental na economia do Brasil, garantindo o transporte de mercadorias por todo o país. Cuidar da saúde desses profissionais é essencial para evitar tragédias e manter a segurança nas rodovias.

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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