Entregadores da gigante Meituan. Foto: Divulgação
A Meituan, segunda maior plataforma de delivery do mundo e líder absoluta na China com 65% de participação de mercado, anunciou sua entrada oficial no Brasil em 2025. A chegada da gigante chinesa representa a maior ameaça ao monopólio do iFood em uma década.
Com mais de 30 bilhões de pedidos anuais e uma receita estimada em US$ 46 bilhões em 2024, a Meituan vai muito além da entrega de comida. A empresa atua no modelo de superapp, integrando serviços como reservas de hotéis, atrações turísticas, cinema, mobilidade urbana e até soluções financeiras — algo ainda inexplorado no Brasil com a mesma profundidade.
Enquanto o iFood opera com cerca de 2,5 milhões de pedidos por dia no Brasil, a Meituan processa 82 milhões de pedidos diariamente em nível global. Seu GMV (valor bruto de mercadorias) chegou a US$ 150 bilhões, quase três vezes mais que os US$ 55 bilhões do iFood.
Para atrair restaurantes parceiros, a empresa promete taxas de comissão até 15% menores que as praticadas pela concorrente brasileira, que atualmente cobra cerca de 25%. Já para os entregadores, o modelo chinês oferece bonificações por produtividade, com ganhos até 20% maiores em horários de pico, como já acontece em Shenzhen.
Apesar do potencial, a Meituan terá pela frente desafios relevantes no Brasil. O custo de aquisição de cliente (CAC) é 40% maior que na China. Além disso, o hábito ainda forte de pagamento em dinheiro (25% das transações) e a consolidação de apps como iFood e Mercado Livre representam obstáculos à penetração.
Como resposta, a Meituan já testa parcerias com bancos digitais como o Nubank, buscando incentivar o uso do PIX e outras soluções digitais para transações mais ágeis e integradas.
A entrada da Meituan tem potencial para revolucionar o ecossistema de delivery no Brasil:
Em Xangai, por exemplo, 70% dos usuários utilizam três ou mais funções da plataforma, como turismo, reservas e serviços financeiros.
Segundo análise do BTG Pactual, se a Meituan conseguir replicar 10% do seu desempenho asiático, poderá capturar até 15% do mercado brasileiro de delivery até 2026. A movimentação representa a primeira concorrência real ao iFood, que hoje domina 80% do setor nacional.
O mercado, os restaurantes e os consumidores aguardam para ver como essa disputa bilionária se desenrolará — mas tudo indica que quem mais ganha com isso é o usuário final.
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