Foto: Felipe Rosa/Arquivo Gazeta do Povo
O governo do estado de São Paulo confirmou a concessão de mais um trecho da Rodovia Raposo Tavares, que liga Ourinhos a Itapetininga, para a iniciativa privada. Mesmo em boas condições, o trecho passará a contar com novas praças de pedágio, o que tem gerado forte preocupação entre caminhoneiros, trabalhadores e estudantes da região.
Ariovaldo de Almeida Silva Junior, conhecido como Júnior do Sindicam Ourinhos, alerta que a concessão pode comprometer seriamente a economia local. “Não existe você obrigar a pagar pedágio quem mal tem dinheiro pro ônibus. Isso inviabiliza toda a economia do interior, onde as pessoas moram nas cidades vizinhas e trabalham ou estudam em Ourinhos”, afirma.
Júnior lembra o impacto que os pedágios no trecho paranaense da BR-153 causaram por mais de 20 anos. Na época, a cobrança foi considerada um verdadeiro obstáculo para a economia local, prejudicando especialmente os trabalhadores, caminhoneiros e estudantes que dependiam da rodovia. “Foi uma luta enorme derrubar esses pedágios, que só aconteceu graças ao trabalho conjunto do Sindicam Ourinhos, da FETRABENS e do Ministério da Infraestrutura, com atuação direta da ANTT”, relembra.
Porém, com a nova concessão em São Paulo, o cenário tende a se repetir. Somente no trecho entre Ourinhos e Piraju estão previstas seis praças de pedágio, o que deve encarecer significativamente o custo do transporte, da logística e até da locomoção diária de quem vive na região.
Para Júnior, a falta de mobilização popular é um dos maiores problemas. “Governos só escutam quando os caminhões param. Só veem as reais dificuldades quando existe pressão. Infelizmente, sem união do povo, sem luta e sem manifestação, nada vai mudar”, lamenta.
O movimento dos caminhoneiros estuda ações para pressionar o governo a rever o modelo de concessão, considerado prejudicial não apenas para os profissionais da estrada, mas para toda a população do interior paulista.
Esta postagem foi publicada em 20 de junho de 2025 09:45
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