A configuração de caminhões bi-tocos também é conhecida como 6×2/4.
Os bi-tocos ou bidirecionais é a configuração 6×2/4 com dois eixos direcionais. O PBT dos caminhões bi-tocos é de 22 toneladas e o peso é distribuído da seguinte forma: 10 toneladas no eixo traseiro + 6 toneladas em cada eixo bidirecional.
Por aqui foram lançados apenas dois modelos nessa configuração: o Worker 17 230 da Volkswagen, de 225cv; ele era voltado para o transporte de bebidas. Em 2012 a Scania também colocou um modelo 6×2/4 no mercado. A configuração era oferecida nas opções de cabine P, G, R e Highline e potências de 360,400,440 e 480cv.
Contudo, atualmente não percebemos muitos bi-tocos rodando por aí, não é mesmo. Por isso, mostraremos a seguir algumas das possíveis causas para o insucesso dessa configuração no Brasil.
Possíveis razões para o fracasso dos caminhões bi-tocos
1. Desgaste dos Pneus: como cada eixo traseiro tem dois pneus, o desgaste tende a ser mais rápido e consequentemente o custo com pneus será maior;
2. Eficiência e Consumo de Combustíveis: embora os caminhões bi-tocos possam oferecer maior capacidade de carga, eles geralmente têm uma eficiência de combustível inferior em comparação com os modelos convencionais. Isso ocorre porque o eixo adicional adiciona peso e arrasto aerodinâmico, resultando em um maior consumo de diesel.
3. Custo de Manutenção: o custo de manutenção tende a ser maior nessa configuração do que em caminhões convencionais. Com um eixo adicional e maior complexidade no sistema de suspensão, há mais componentes sujeito a degastes e maiores desafios técnicos para manter o veículo em bom estado de funcionamento. Isso pode aumentar os custos operacionais e afetar a rentabilidade dos transportadores;
4. Infraestrutura Inadequada: as estradas brasileiras muitas vezes não estão em condições ideais, com buracos, falta de manutenção e trechos sem pavimentação. Os caminhões bi-tocos têm distribuição de peso diferente dos caminhões 4×2 devido à presença de um eixo adicional. Isso pode resultar em uma pressão maior sobre os eixos traseiros, tornando-os mais suscetíveis a danos e aumentando o risco de atolar ou sofrer avarias em estradas ruins.
É importante ressaltar que esses pontos podem variar dependendo das condições específicas e da aplicação dos caminhões. Alguns setores ou regiões podem ter encontrado sucesso com a configuração de caminhões bidirecionais, enquanto outros podem ter enfrentado dificuldades. A decisão de utilizar ou não dependerá de uma análise cuidadosa das necessidades operacionais e das condições locais.
Redação – Brasil do Trecho