Caminhoneiro

CBO de caminhoneiro, saiba tudo sobre essa categoria profissional

Conheça mais sobre o Código Brasileiro de Ocupação referente ao CBO 7825-10.

Se você é caminhoneiro e não conhece as atividades deste CBO, não perca essa matéria

Exatamente no ano de 2002, tendo base a Classificação Internacional Uniforme de Ocupações – CIUO, o antigo MTE – Ministério do Trabalho e Emprego criou o chamado CBO – Código Brasileiro de Ocupações, mas para que ele serve?

O CBO foi criado em 10.10.2002 através da Portaria 397 e se refere a um documento que identifica as profissões brasileiras e as retrata de uma forma codificada e organizada, descrevendo-as corretamente, tendo um formato padrão internacional.

O CBO é utilizado pelas empresas para registrar as profissões de acordo com os respectivos códigos e estes farão parte de vários documentos, como o Contrato de Trabalho, por exemplo, dentre outros documentos que são informados de forma eletrônica para o governo federal etc.

Definições e preceitos da profissão de caminhoneiro

O motorista de caminhão ou caminhoneiro está diretamente relacionado com o profissional que atua na estrada. De forma resumida, sua atividade é de condução de caminhão, no transporte rodoviário de cargas, podendo atuar dentro do país (Nacional), fora (Internacional) ou os dois.

Para ser caminhoneiro no Brasil é preciso, antes de mais nada, gostar do que faz, ter muita paciência para superar todos os obstáculos, estar ciente de que enfrentará problemas como os das altas dos combustíveis, dos valores baixos dos fretes, da falta de respeito de alguns grupos empresariais que não enxergam ou não querem enxergar o quanto é crucial dar o devido tratamento respeitoso para a categoria, pois são considerados parceiros da própria empresa contratante, que muitas das vezes carregam milhares de cargas todos os dias e que valem centenas de milhares de reais logo o respeito e confiança devem ser mútuos.

Que enfrentarão a falta de pontos de parada adequados, muitas das vezes o básico que é ter um banheiro limpo, água quente, praticamente não existe. Que nem sempre pegarão estradas em boas condições, pelo contrário, muitas nem são asfaltadas o que exigirá toda a perícia e experiência do caminhoneiro para superá-las.

Que enfrentará problemas como roubo de cargas, furtos, roubos de peças e equipamentos enquanto dorme ou a luz do dia mesmo. Problemas de sequestros de motoristas, praticado por marginais e quadrilhas.

Que pode sofrer com a dificuldade de conseguir manter a manutenção preventiva de sua ferramenta de trabalho, seu caminhão. Que enfrentará falta de investimentos no país em relação a uma maior alavancagem do transporte rodoviário, falta de crédito com juros mais baixos, para que os caminhoneiros consigam prosperar e trocar seus veículos antigos por mais novos e equipados, aumentando a segurança.

Enfim, com tudo isso que normalmente ocorre, o profissional que quer adentrar nessa profissão não se deixa vencer ou abalar, será realmente um excelente caminhoneiro, pois a sua determinação e persistência de tudo o que foi plantado, acabará por colher frutos.

Vale a pena ser caminhoneiro? Sim vale, mas como qualquer outra profissão deve se especializar, estudar bastante, fazer cursos e obter certificações, efetuar os treinamentos necessários com prática e passar em todos os testes que a vida profissional normalmente impõe, seja no Brasil ou em qualquer outro país.

Mas tudo o que é feito com carinho e amor, como na profissão de caminhoneiro que é considerada por muitos uma verdadeira paixão, os obstáculos tornam-se pequenos e são superados rapidamente.

Formação e a experiência necessária ao desenvolvimento da profissão de caminhoneiro

Em âmbito nacional, normalmente as empresas brasileiras exigem apenas a conclusão do ensino médio e cursos com especializações para determinados cargos, vejamos alguns:

Direção defensiva, direção econômica, manutenção (mecânica básica), segurança nas estradas, transporte coletivo, gerenciamento de riscos, risco zero, desperdício zero, prevenção de perdas etc, são alguns exemplos de cursos que qualquer caminhoneiro deve fazer ou se atualizar, pois são considerados como sendo “a base” para o início da profissão. Mas existem também os cursos específicos, como:

  1. Transporte de cargas perigosas ou produtos perigosos, mais conhecido como MOPP – carga horária de 40 a 60 horas ou 15 horas para quem já tiver o curso de especialização. Onde realizar? No Serviço Social do Transporte / Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, mais conhecido como Sest/Senat de sua cidade.

É possível inserir em sua habilitação (CNH) a realização do curso de Mopp, bastando obter informações no Detran de seu estado e dar entrada no devido processo, pagando-se as respectivas taxas de cada localidade mantendo a renovação da CNH no prazo determinado por lei.

  1. Condutores de bi-articulados – carga horária em torno de 108 horas em período integral. Normalmente dura em torno de 10 dias consecutivos. Onde realizar? Sest/Senat.

Condições básicas para realização do curso: Ter vínculo empregatício com empresa de transporte de cargas, contribuinte da entidade. Experiência de um ano com cargas secas ou líquidas em carretas. Comprovação do cargo de motorista através da CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social ou através de declaração da empresa. Ensino fundamental. CNH – Carteira Nacional de Habilitação por dois anos e não pode ter cometido infração grave ou gravíssima e não ser reincidente de infrações médias ocorridas nos últimos 12 meses.

  1. Gestão de Segurança no Transporte Rodoviário – carga horária em torno de 76 horas. Pode levar três finais de semana. Onde realizar? Sest/Senat

Condições básicas para realização do curso: Vínculo empregatício com empresa de transporte de cargas, contribuinte da entidade, ter concluído o ensino médio e ter funções comprovadas de gerenciamento de segurança.

Os cursos definidos pelo Sest/Senat são gratuitos e basta que os interessados se inscrevam quando surgirem vagas. Busque informações no site da entidade, para não cair em uma falso anuncio de vaga de emprego para caminhoneiro.

Também existem cursos com treinamentos teóricos e práticos concedidos através de programas estabelecidos por transportadoras. Os interessados deverão buscar informações nos sites dessas grandes empresas e confirmar a existência e abertura de vagas. 

Além dos cursos aqui descritos existem vários outros, como: sinalização de trânsito, trânsito urbano, trânsito rodoviário, noções de espaço, condução de caminhão, carga indivisível etc. O ideal é obter informações no Sest/Senat mais próximo de sua região e lá obter orientações.

Condições gerais do exercício da profissão

Muitas empresas estão exigindo além do conhecimento técnico, a realização de testes para verificação de equilíbrio emocional e comportamental. Mais uma vez o estudo é o caminho, ou seja, quanto mais estudo tiver, maiores serão as chances de ter êxito nessas provas.

Quem estiver bem preparado nada deve temer. Quanto mais teste fizer, mais experiente será e mais convicto ficará de que sua escolha foi bem sucedida. Estude, treine e pratique, aproveite todas as oportunidades que a vida lhe der.

A habilitação adequada acompanha a escolha da categoria em que se deseja atuar como caminhoneiro. Se quiser trabalhar com grandes cargas, terá que ter a categoria E, porém tem que estar habilitado na C ou na D há um ano. Não pode ter cometido infrações graves ou gravíssimas e nem ser reincidente de infrações médias nos últimos doze meses. Ter no mínimo 21 anos de idade, concretizar o exame médico e avaliação psicológica em clínicas indicadas pelo Detran de seu estado, o exame toxicológico também deve estar em dias, além de apresentar a comprovação das aulas práticas realizadas, efetuar a prova escrita e obter a aprovação na prova teórica e prática.

Verificar se vai atuar como autônomo, tendo seu próprio veículo ou como agregado de uma transportadora, por exemplo. Se optar por autônomo, terá que ter registro, efetuando cadastro no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas – RNTRC, da ANTT, bastando comparecer em um dos postos credenciados, observando o site da entidade. Deve ter os documentos CPF e Carteira de Identidade, ativos.

Também deve estar em dia com sua Contribuição Sindical e ser proprietário ou arrendatário de pelo menos um caminhão. Comprovar a conclusão de curso específico no Sest/Senat e ainda ter experiência no mínimo de três anos na atividade.

Defina a categoria que irá atuar, veja:

  1. Categoria C – Poderá atuar com caminhões considerados leves, com PBT – Peso Bruto Total de 3.500 kg a 6.000 kg. São normalmente utilizados nos centros urbanos.
  2. Categoria D – Destinado ao transporte de passageiros.
  3. Categoria E – Para veículos acima de 6.000 kg.

Em geral as empresas escolhem motoristas que moram em localidades próximas e os novatos ingressam normalmente atuando em operações internas e aos poucos vão sendo promovidos, de acordo com seus resultados e isso vale também para atuarem em distâncias mais longas e com equipamentos mais pesados e sofisticados.

Quais são as divisões de categorias profissionais do CBO 7825-10

Essa categoria do CBO – Código Brasileiro de Ocupação de codificação 7825-10 é a mesma categoria de motoristas de veículos de cargas em geral, pertencente também a outros grupos semelhantes. Os condutores deste grupo, de acordo com a descrição do CBO, estão nesse enquadramento de transporte, coleta, entrega, guincho, movimentação de cargas, dentre outras atividades inerentes ao cargo.

Atuam em conjunto com as Normas Regulamentadoras da área de Segurança do Trabalho, mais conhecidas como NRs, por exemplo, a NR 11 que trata do Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais, dentre outras.

Desta forma, para melhor identificar esses grupos do CBO 7825-10, foram estabelecidas divisões de categorias, são elas:

  1. Trabalhadores da produção de bens e serviços para indústrias.
  2. Trabalhadores de funções transversais.
  3. Condutores e operadores de veículos e equipamentos de elevação e de movimentação de cargas.
  4. Motoristas de veículos de cargas em geral.

Descrição dos cargos da categoria de condutor de veículos de cargas em geral

Os condutores desta divisão de categoria, atuam em atividades econômicas na ramificação do transporte terrestre, como a agricultura, a pecuária e a extração de minérios não-ferrosos, sendo autônomos ou empregados de transportadoras.

Podem atuar de forma individual ou em duplas nos veículos. Possuem horários distintos, em geral irregulares. Existem riscos, com a previsão com jornada de trabalho periculoso ou insalubre, ficando expostos às intempéries, como ruído, materiais tóxicos etc.

Exigências do mercado de trabalho para exercer a profissão de caminhoneiro em empresas

Em geral as atividades executadas pela profissão de caminhoneiro no Brasil, exigem formações com ensino fundamental complementadas com diversos cursos de qualificação técnica, de acordo com a função a ser exercida pelo caminhoneiro.

Seu efetivo exercício como profissional caminhoneiro, se dá depois de um a dois anos de prática, contudo com supervisão durante todo o período, sendo exceção para os caminhoneiros autônomos.

Essa solicitação das empresas é normalmente ultrapassada com a demonstração de testes de habilidade, com o acompanhamento de “monitores” que verificam o desenvolvimento do motorista que pretende ingressar a equipe. 

Passado o período de testes esse é aprovado e vai acumulando experiência, sendo promovido gradativamente de acordo com seu desempenho para viagens mais longas e veículos com PBT maior também, sendo necessário obter a categoria específica da CNH.

Principais atividades dos condutores de veículos de cargas em geral do CBO 7825-10

Seguem as principais atividades que fazem parte do cotidiano do condutor de veículos de cargas em geral:

Trabalhar com segurança, operar equipamentos, realizar inspeções e reparos básicos no veículo, definir rotas planejando o trajeto, transportar cargas, movimentar cargas volumosas e pesadas, verificar os documentos do caminhoneiro tanto do veículo quanto da carga, prestar socorro quando necessário, comunicar-se em tempo real sempre que solicitado.

Vistoriar cargas a serem transportadas, principalmente pós- carregamento, ter consciência dos limites da máquina, identificar ruídos estranhos do veículo e relatar, obter informações precisas sobre o local do acidente quando houver, comunicar sua chegada à central, utilizar os EPI´s necessários ao desenvolvimento de sua atividade, como luvas, botas, lanternas e coletes refletivos (várias empresas só permitem adentrar em seus pátios com o caminhão, se o motorista atender as condições básicas de segurança com a utilização de EPIs). Tentar entrar descalço por exemplo ou utilizando calçados abertos, normalmente são proibidos.

Anotar informações necessárias no diário de bordo, definir o ponto de equilíbrio da carga, isolar cuidadosamente a área de descarga, com cones visando sempre a segurança de pessoas, inspecionar todos os pneus, cumprir todas as leis de trânsito, preservar a integridade da carga a ser transportada, conferir o documento de manifesto para o transporte da carga, dimensionar corretamente o peso da carga dentre várias outras atividades que fazem parte do dia a dia do caminhoneiro.

Cargos e Salários relacionados ao CBO 7825-10 (condutores de cargas em geral)

Todos os cargos e salários abaixo descritos correspondem às médias trabalhadas com 44 horas semanais, com atuação nacional, com pesquisa aproximada realizada com 1.000 colaboradores.

Motorista carreteiro ou motorista de carreta, caminhão pipa, carreteiro de animais, caminhão tanque, cegonheiro, betoneira, gaioleiro, caminhões pesados, basculante, caminhões leves – o salário médio é de 2.056,91, variando de 1.96 a 3.2 mil reais.

Já para os motoristas com rotas regionais e internacionais, dependendo de cada localidade o salario do caminhoneiro varia de 2.1 a 3.5 mil reais ou mais, com média de 2.3 mil reais podendo ser maior.

Da mesma maneira vale para quando o caminhoneiro se aposentar, a sua remuneração pode variar, aprenda também como solicitar a sua aposentadoria como caminhoneiro.

Redação – Brasil do Trecho

João Neto

Nascido em Ceilândia e criado no interior de Goiás, sou especialista em transporte terrestre e formado em Logística. Com ampla experiência no setor, dedico-me a aprimorar processos de transporte e logística, buscando soluções eficientes para o setor.

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